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Brasil confirma início de processo para entrar no 'clube dos países ricos'

OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OECD em inglês - Getty Images
OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OECD em inglês Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

25/01/2022 17h35Atualizada em 25/01/2022 17h52

O Brasil deu início ao processo para entrar na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o "clube dos países ricos". Hoje, o governo federal confirmou o recebimento de uma carta-convite do bloco econômico. Apesar do convite, o processo pode levar anos e não tem um prazo para ser concluído.

Em evento com Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil; Paulo Guedes, o ministro da Economia; e Carlos Alberto Franco França, ministro das Relações Exteriores, foi anunciado que o Brasil formalmente deu entrada no processo para adesão ao bloco.

O ministro França disse que "o Brasil já se encontra em estágio avançado com a OCDE" e cumpriu 103 dos 251 instrumentos normativos da organização. "Apenas no governo de Jair Bolsonaro foram 37 adesões, uma média de 12 ao ano", falou.

Para Guedes, a entrada no grupo dos países ricos solidifica o Brasil como uma potência. "Somos o único país nas três grandes instituições da economia mundial [G20, BRICs e OCDE]", disse em discurso hoje à tarde.

A OCDE é uma organização econômica com 38 países membros —o mais novo é a Costa Rica, que se juntou ao bloco no ano passado. A união foi fundada em 1961 para incentivar o comércio mundial e parceria internacional.

No início, o clube dos países ricos tinha membros apenas dos Estados Unidos e Europa. Ao longo dos anos, a OCDE abriu espaço para outros continentes.

Novos membros

Além do Brasil, a OCDE está em abertura do processo de adesão com Argentina, Peru, Bulgária, Croácia e Romênia. Ainda não há previsão para os novos membros serem aceitos, podendo demorar anos até o fim da adesão.

Como ressaltou o colunista Jamil Chade, do UOL, o convite formal é um passo importante, mas não garante que o processo será finalizado. Fontes em Paris indicaram que existem pelo menos dois aspectos críticos: um apoio político e a adequação das leis nacionais a padrões internacionais.

Um dos grandes obstáculos para o Brasil poderá ser o presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi criticado abertamente pela OCDE pela intervenção do Executivo na Justiça.

Para conseguir a adesão, o Brasil terá de contar com os votos dos atuais membros, entre eles governos que entraram em atrito com Bolsonaro.