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Guedes não vê sentido em reajuste de professores: 'Ainda estamos em guerra'

Ministro da Economia associou menor déficit das contas públicas à contenção de gastos com salários - Antonio Molina/Folhapress
Ministro da Economia associou menor déficit das contas públicas à contenção de gastos com salários Imagem: Antonio Molina/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

28/01/2022 16h12

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje que não vê sentido no reajuste do salário dos professores, e que o país ainda precisa controlar o orçamento em meio à crise causada pela variante ômicron.

"Se nós estávamos em home office, nós do funcionalismo, fazendo live, fazendo o distanciamento social necessário do ponto de vista de não forçarmos o sistema hospitalar [...]. Se nós estávamos numa situação dessa, não faria o menor sentido os professores, em casa, fazendo aula à distância quando podiam, os alunos também em distanciamento, qual o sentido de pedir reajuste de salário?", questionou ele durante a apresentação dos resultados do Tesouro em 2021.

O ministro associou o menor déficit nos gastos do governo central, que teve o melhor resultado desde 2014, à contenção de gastos com salários.

"Mesmo agora, quando temos essa crise ainda conosco nessa variante ômicron", continuou. "Temos que ter cuidado com os salários, porque ainda estamos em guerra e temos que pagar pela nossa guerra, em vez de empurrar os custos para as futuras gerações".

A fala do ministro acontece após o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciar um aumento de 33,24% no piso salarial de professores da educação básica. Ao jornal Folha de S. Paulo, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) estimou que o reajuste deve custar R$ 30 bilhões aos cofres municipais.

Especialistas avaliam que cidades pequenas podem ser as mais pressionadas, e que o aumento significativo pode achatar a carreira, fazendo com que a remuneração ao longo dos anos ficasse muito próxima do piso. Outros, porém, acreditam que o reajuste é necessário e cabe no orçamento.