Inflação desacelera, mas atinge maior nível para janeiro desde 2016
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, fechou janeiro em 0.54%, o maior resultado para o mês desde 2016, quando o índice registrado foi de 1,27%. Na comparação com dezembro houve uma desaceleração. Naquele mês, o índice ficou em 0,73%.
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,38%, acima dos 10,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2021, a variação mensal foi de 0,25%.
Os dados foram divulgados hoje (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A meta do Banco Central para a inflação neste ano é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, variando entre 2% e 5%.
A desaceleração da inflação em relação a dezembro foi influenciada pelo recuo nos transportes — esse foi o único dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE a ter queda em janeiro.
Veja abaixo:
- Alimentação e bebidas: 1,11%
- Habitação: 0,16%
- Artigos de residência: 1,82%
- Vestuário: 1,07%
- Transportes: - 0,11%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,36%
- Despesas pessoais: 0,78%
- Educação: 0,25%
- Comunicação: 1,05%
Queda nos preços
O recuo nos transportes foi influenciado, principalmente, pela queda nos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%).
Além da gasolina (-1,14%), também houve queda nos preços do etanol (-2,84%) e do gás veicular (-0,86%). Outros destaques de redução foram os transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%).
O óleo diesel foi o único a subir em janeiro: 2,38%
"A queda nas passagens aéreas pode ser explicada pelo componente sazonal. Em relação aos combustíveis, os reajustes negativos aplicados nas refinarias pela Petrobras, em dezembro, ajudam a entender o recuo nos preços em janeiro", disse, em nota, André Filipe Almeida, analista do IPCA.
Carnes e frutas sobem
O resultado para o mês foi influenciado, principalmente, por alimentação e bebidas (1,11%), que teve o maior impacto no índice do mês, com destaque para carnes (1,32%) e frutas (3,4%).
Os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. A cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%) também subiram.
As principais quedas foram registradas nos preços do arroz (-2,66%), do frango inteiro (-0,85%) e do frango em pedaços (-0,71%).
Índice Nacional de Preços ao Consumidor registra alta
Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, teve alta de 0,67% em janeiro, abaixo do resultado do mês anterior (0,73%), maior variação para o mês desde 2016 (1,51%).
O indicador acumula alta de 10,6% nos últimos 12 meses, acima dos 10,16% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2021, a taxa foi de 0,27%.
BC sobe juros para tentar conter inflação
Para tentar conter a inflação, o BC (Banco Central) fez sucessivos aumentos na Selic, a taxa básica de juros.
Na última reunião, na semana passada, a taxa subiu de 9,25% para 10,75%, maior patamar desde maio de 2017.
Ao subir os juros, o BC procura reduzir o consumo, forçando os preços a cair. O efeito colateral negativo é que isso segura o crescimento econômico.
Por outro lado, quando a inflação está baixa, o BC corta os juros para estimular o consumo.
No ano passado, a inflação fechou em 10,06%, bem acima do centro da meta estabelecida pelo BC, que era de 3,75%.
Metodologia
O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
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