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Brasil é 'porto seguro' para investimentos em meio à guerra, diz governo

Chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos, Adolfo Sachsida, demonstra otimismo com o PIB - Anderson Riedel/PR
Chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos, Adolfo Sachsida, demonstra otimismo com o PIB Imagem: Anderson Riedel/PR

Fabrício de Castro

Do UOL, em Brasília

04/03/2022 11h46

O chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-feira (4) que, em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia, o Brasil se coloca como um "porto seguro" para os investimentos internacionais. Ele também demonstrou otimismo com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, apesar de analistas verem riscos internos e externos para a economia este ano.

"Não sabemos a extensão que tomará este conflito e o tempo que ele levará. O que podemos fazer é melhorar nosso mercado de crédito e de capitais", afirmou Sachsida, durante entrevista coletiva para comentar o resultado do PIB divulgado pela manhã. "O que está no controle do governo é mostrar que o Brasil é um porto seguro para investimentos."

Durante a coletiva, o secretário citou projetos, que estão no Congresso, que podem favorecer a atração de dinheiro estrangeiro, em meio ao conflito no leste europeu. Entre eles, estão propostas que tratam de debêntures incentivadas —um tipo de título emitido por empresas privadas— e de garantias para a obtenção de crédito.

O secretário também defendeu a privatização dos Correios. "Seria importante aprovar a privatização dos Correios. Isso atrairia investimentos", afirmou.

Otimismo com o PIB

Apesar das preocupações de economistas em todo o mundo com o crescimento global em 2022, em função da guerra entre Rússia e Ucrânia, Sachsida demonstrou otimismo com o PIB brasileiro.

Mais cedo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o PIB fechou 2021 em alta de 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. Este foi o melhor resultado desde 2010, quando a economia havia crescido 7,5%. No entanto, o resultado positivo surge após forte queda verificada em 2020, de 3,9%, no auge da crise provocada pela pandemia de covid-19.

Na coletiva, Sachsida defendeu que o resultado de 2021 representa uma recuperação em relação a 2020. Além disso, pelos cálculos do ministério, o crescimento de 4,6% no ano passado gera um "carregamento" positivo de 0,3% para o PIB em 2022.

Por enquanto, o ministério calcula avanço de 2,1% da economia este ano. O percentual, no entanto, foi divulgado em novembro do ano passado —antes da guerra no leste europeu e dos dados mais recentes de atividade. A previsão será atualizada pelo ministério em duas semanas.

No mercado financeiro, as projeções são piores. Antes da divulgação desta sexta-feira (4) do IBGE, os economistas do mercado calculavam alta de apenas 0,3% para o PIB em 2022. O governo, porém, acredita que o percentual será reavaliado pelo mercado.

"Ao longo do ano, o mercado vai reestimar consistentemente, para cima, o desempenho econômico", afirmou Sachsida.