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Greve de servidores do BC impedirá criação de chaves no Pix, diz sindicato

Site do Banco Central do Brasil mostra logotipo do Pix em versão de página para celular - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Site do Banco Central do Brasil mostra logotipo do Pix em versão de página para celular Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

30/03/2022 14h52Atualizada em 30/03/2022 18h06

O Sinal (Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central) alertou hoje que a greve dos servidores da categoria, marcada para a sexta-feira (1º), vai impedir a criação de novas chaves no Pix em todas as instituições financeiras do país.

Os servidores pressionam por um reajuste salarial de 26,6%, enquanto o governo Bolsonaro sinaliza possível aumento apenas a policiais (leia mais abaixo). Atualmente, as remunerações dos analistas do Banco Central variam de R$ 19.197,06 a R$ 27.369,67 ao mês.

"Não vamos parar o Pix. Ninguém vai apertar um botão vermelho ou tirar da tomada a operação. Mas o entorno vai ser atingido: o cadastramento de novas chaves, o monitoramento, a manutenção. Essas coisas, os servidores vão parar. Este é o prejuízo que pode acontecer. Por isso, será preciso interromper parcialmente, em alguns momentos, o Pix", afirmou ao UOL Fábio Faiad, presidente do Sinal.

Em entrevista à Arko Advice, Faiad apontou outros impactos como o atendimento ao público. "Não iremos paralisar completamente o sistema de transferência porque temos responsabilidade com a população, mas o cadastramento de novas chaves do Pix ficará indisponível, o atendimento ao público para tirar dúvidas sobre o Pix também não irá ocorrer durante a greve", detalhou.

Na segunda (28), o Banco Central adiou por tempo indeterminado a divulgação de estatísticas do mês de fevereiro, que seriam publicadas nesta semana. Faiad também atribuiu o atraso está à paralisação dos servidores.

Pressão por reajuste

Os servidores do Banco Central vêm pressionando o governo por reajustes salariais e reestruturação de carreiras, e já vinham adotando operação padrão, com paralisações diárias em horários específicos.

A greve da categoria foi aprovada na segunda-feira por mais de 90% dos participantes de uma assembleia realizada na ocasião, que reuniu 1,3 mil dos 3,4 mil funcionários da ativa.

Aumento para policiais

O Sinal alerta que caso o governo conceda reajuste apenas para policiais, como vem sendo prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), a greve dos servidores do Banco Central poderá ser mais severa.

De acordo com o sindicato, uma paralisação maior poderia interromper, total ou parcialmente, o Pix, a distribuição de cédulas e moedas, as operações de mercado aberto, a divulgação do Boletim Focus (com projeções de economistas) e de "diversas taxas" e o funcionamento do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro).

BC diz ter plano para minimizar impacto da greve

Ontem, o Banco Central disse, em nota, reconhecer o direito de manifestação dos servidores e confia que eles cumprirão os deveres com a instituição e a sociedade.

O texto diz ainda haver planos para "manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR [Sistema de Transferência de Reservas], Pix, Selic, entre outros".

O UOL pediu um posicionamento do BC a respeito da greve e do funcionamento do Pix. A instituição ainda não se pronunciou.