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Lira critica fato de Pires não assumir Petrobras 'Tem que pegar arcebispo?'

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, defendeu Adriano Pires - Marina Ramos/Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, defendeu Adriano Pires Imagem: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

04/04/2022 18h41

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP- AL), defendeu a indicação de Adriano Pires para o comando da Petrobras e debochou do possível conflito de interesses pelo fato do economista já ter atuado na iniciativa privada.

"A crítica agora é que o presidente da Petrobras prestou consultoria a uma empresa privada. Eu não posso ter trabalhado na iniciativa privada? Só pode funcionário público? Então tem que pegar um arcebispo, um almirante, para ser da Petrobras? A gente tem um falso moralismo, um julgamento precipitado que só atrapalha o nosso país".

As falas foram ditas em um debate feito pelo site Jota, site que promoveu encontro do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e ARthur Lira para um debate sobre semi-presidencialismo.

O presidente da Câmara fez menção à contestação feita pelo Ministério Público do Tribunal de Contas da União, no qual foi pedido uma apuração para averiguar se a atuação de Pires em uma consultoria do setor de energia poderia ser um impeditivo para que ele assumisse o cargo.

Durante a tarde de hoje, Adriano Pires desistiu de assumir a Petrobras. O governo federal, no entanto, ainda não oficializou a desistência e tampouco anunciou novo nome. O ministro da economia, Paulo Guedes, chegou a dizer que estaria "sem luz" com a desistência de Pires.

Caso fosse confirmada a nomeação, Adriano Pires assumiria a cadeira que pertence ao general Joaquim da Silva e Luna. O general sairá após constantes pressões do presidente Jair Bolsonaro para que ele agisse com relação aos preços dos combustíveis.

Um levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) pontuou que a média de preços dos combustíveis hoje está em R$ 7,202 o litro no país. A Petrobras adota, desde 2016, a política de preços por paridade internacional, a chamada PPI, ou seja, os preços devem acompanhar as cotações do petróleo e os custos de importação.