É de família: mais da metade dos maiores ricaços do Brasil herdou fortuna
O empreendedorismo ainda não é a principal marca da fortuna dos maiores bilionários brasileiros, de acordo com o ranking anual da Forbes. Por aqui, os ricaços costumar herdar grande parte do dinheiro.
Dos 62 brasileiros com mais de US$ 1 bilhão, 34 deles estão dando continuidade a negócios familiares para manutenção de seu patrimônio.
Liderando a lista de herdeiros bilionários, aparecem os quatro filhos do banqueiro Joseph Safra, cujo patrimônio líquido está cotado em US$ 7,7 bilhões (R$ 35,8 bilhões), segundo a Forbes. Ele morreu em dezembro de 2020.
Outros nomes que figuram no ranking são os quatro irmãos Moreira Salles: Pedro, Fernando, João e Walter. Eles fazem parte de uma das mais antigas famílias de banqueiros do país e juntos somam um patrimônio líquido de US$ 7,3 bilhões (R$ 33,8 bilhões).
Na lista, ainda aparecem outros nomes tradicionais, como os de Ermírio de Moraes (Votorantim) e Abílio Diniz (Pão de Açúcar).
O predomínio do legado familiar entre os mais ricos é um cenário que se repete no restante da América Latina.
Cinco bilionários considerados 'self-made men'
No topo da lista, o cenário é diferente. Os cinco maiores bilionários brasileiros são "self-made" (do inglês, pelo próprio esforço).
São eles (na ordem, de acordo com o ranking da Forbes):
- Jorge Paulo Lemann
- Eduardo Saverin
- Marcel Herrmann Telles
- Jorge Moll Filho
- Carlos Alberto Sicupira
Lemann, Hermann Telles e Sicupira são acionistas controladores da maior cervejaria do mundo, a AB Inbev (dona da Ambev), mas também possuem ações da Restaurant Brands International, controladora do Burger King e da rede de café canadense Tim Hortons, além de terem participação na 3G Capital, empresa de private equity, dona da Heinz.
O segundo lugar da lista pertence ao cofundador do Facebook, o brasileiro Eduardo Saverin. Ele soma um patrimônio líquido de US$ 10,6 bilhões (R$ 49,2 bilhões).
Jorge Moll Filho é médico cardiologista e fez sua fortuna investindo em hospitais e laboratórios do Brasil. Ele é fundador da Rede D'Or e hoje acumula mais de US$ 9,8 bilhões (R$ 45,5 bilhões).
Grupo muda pouco
Com exceção de alguns nomes que já caíram da lista, a exemplo de Eike Batista, a maioria dos afortunados do ranking aparece no grupo há mais de 10 anos. Eles apenas sobem e descem posições, especialmente os herdeiros.
Dois nomes que furaram a bolha e engrossaram a lista dos mais ricos do Brasil em 2022 foram os jovens Henrique Dubugras, 26 anos, e Pedro Franceschi, 25 anos. Eles também integram o ranking dos 12 maiores bilionários do mundo com menos de 30 anos.
Ambos são fundadores de uma fintech que visa reformular o cartão de crédito corporativo. A fortuna de cada um vale US$ 1,5 bilhão.
Aliás, os jovens do setor de tecnologia têm movimentado grandes volumes financeiros no mundo, de acordo com a Forbes.
Dos 12 maiores bilionários com menos de três décadas de vida, que valem US$ 25,8 bilhões (R$ 121,2 bilhões):
- 60% acumularam fortuna por conta própria com negócios digitais (criptomoedas, fintechs, aplicativo de delivery de comida e software de pagamento)
- 40% herdaram o dinheiro da família
Eles representam menos de 0,5% dos 2.668 bilionários que a Forbes encontrou em 2022.
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