Representante da UE sugere usar reservas russas para reconstruir a Ucrânia
O representante da UE (União Europeia) para assuntos envolvendo política externa sugeriu hoje que o bloco deveria considerar reconstruir a Ucrânia utilizando-se das reservas internacionais da Rússia bloqueadas pelo Ocidente.
"Alguém precisa me explicar por que isso é bom de ser feito com o dinheiro afegão, mas não é bom com o russo", disse Josep Borrell, em posse do cargo de alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança", ao jornal econômico britânico Financial Times.
Ao citar o "dinheiro afegão", Borrell se referia ao fato de, no início de fevereiro, os Estados Unidos terem confiscado US$ 7 bilhões pertencentes ao Banco Central do Afeganistão que estavam depositados em instituições do país, transferindo a quantia para o homólogo estadunidense.
Com a medida, os EUA visavam que o montante fosse destinado para pagar indenizações a famílias de vítimas dos atentados de 11/9 e custear ajudas humanitárias no próprio Afeganistão, mas sem que o dinheiro passasse pelas mãos do Talibã, grupo fundamentalista que governa o país.
De acordo com o Financial Times, cerca de US$ 300 bilhões dos US$ 630 bilhões em reservas russas mantidas no exterior estão bloqueados, graças a ações tomadas ainda em fevereiro não só pela UE, mas também pelos EUA, o Reino Unido e o Canadá.
"Estes custos estão aumentando", afirmou na época o presidente da instituição, David Malpass. Poucos dias depois, o governo dos EUA ventilou a ideia de utilizar bens confiscados de bilionários russos para reconstruir a Ucrânia.
"Esta é uma das questões políticas mais importantes sobre a mesa: quem vai pagar pela reconstrução da Ucrânia?", afirmou o alto representante da UE. "Temos o dinheiro no nosso bolso", pontuou.
Posteriormente à publicação da entrevista, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, criticou a sugestão de Borrell. "Isso é uma completa ilegalidade, a destruição da base das relações internacionais", afirmou ele à agência estatal de notícias RIA Novosti.
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