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Dólar opera em queda de 1,96%, vendido a R$ 4,953; Bolsa sobe 0,64%

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

17/05/2022 09h23Atualizada em 17/05/2022 14h07

Após três quedas seguidas, o dólar comercial mantinha a tendência nas operações da manhã de hoje (17). Por volta das 14h05 (de Brasília), a moeda norte-americana caía 1,96%, negociada a R$ 4,953.

No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores subia 0,64%, registrando 108.925,6 pontos.

O movimento acompanha a tendência de desvalorização da divisa no exterior, conforme os investidores acompanham a possibilidade de alívio nas restrições de combate à covid-19 na China.

Ontem (16) o dólar comercial fechou cotado a R$ 5,052, queda de 0,12%, e o Ibovespa subiu 1,22%, aos 108.232,742 pontos.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Cenário externo é principal fator

Fernando Bergallo, diretor de operações da assessoria de câmbio FB Capital, disse à Reuters que as movimentações dos ativos antes da abertura do mercado já indicavam "movimento nítido de inclinação a risco, acho que o 'driver' principal é o cenário externo".

Ele destacou o noticiário sobre a disseminação da covid-19 na China, que dava sinais de arrefecimento. Xangai, por exemplo, atingiu o esperado marco de três dias consecutivos sem novos casos de covid-19 fora das zonas de quarentena nesta terça-feira. Essa conquista geralmente significa um status de "zero covid" para as cidades chinesas e o início da suspensão de restrições de combate à doença.

Os mercados internacionais haviam sofrido nas últimas semanas por temores de que lockdowns na segunda maior economia do mundo levariam a uma desaceleração econômica mundial. Colocando panos quentes sobre esses medos por ora, dados desta terça mostraram que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro foi mais forte do que o anteriormente esperado no primeiro trimestre.

Nesse contexto, o índice do dólar —que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas— caía 0,66%, a 103,470 no exterior, ficando bem abaixo de um pico em duas décadas atingido na semana passada.

A moeda norte-americana também recuava contra a maioria das divisas de países emergentes ou sensíveis às commodities, com destaque para rand sul-africano, que avançava mais de 1%. Bergallo disse o movimento nos mercados de câmbio de países em desenvolvimento também reflete o avanço dos contratos futuros do petróleo Brent e do minério de ferro nesta sessão.

Evidenciando o ambiente de maior apetite por risco, todas as principais bolsas da Europa registravam ganhos superiores a 1% nesta manhã, deixa que era acompanhada pelos futuros de Wall Street.

Anúncio nos EUA

O departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco chamou a atenção em relatório para a agenda desta terça-feira, que contará com discurso do diretor do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, a partir de 15h (de Brasília). A expectativa é de que ele dê pistas sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve. Comentários mais agressivos de Powell em relação à inflação tendem a beneficiar o dólar.

Com o desempenho desta manhã, o dólar volta a ficar abaixo da marca psicologicamente importante de 5 reais, embora ainda esteja distante de sua média móvel linear de 50 dias, em torno de 4,90 reais, uma importante barreira técnica.

A moeda norte-americana cai quase 11% frente à brasileira até agora em 2022, mas está 7,7% acima da mínima de encerramento deste ano, de 4,6075 reais, atingida no início de abril.

O real havia sido bastante beneficiado no primeiro trimestre pelo ambiente de juros domésticos elevados —que tende a atrair recursos para o mercado de renda fixa— e pela disparada dos preços de várias commodities no mercado internacional. A taxa Selic está atualmente em 12,75% ao ano.

*Com Reuters

Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.