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Anticapitalismo virou forma de religião, diz historiador do livre mercado

Rainer Zitelmann é um historiador e escritor alemão, defensor do livre mercado e do capitalismo - Divulgação
Rainer Zitelmann é um historiador e escritor alemão, defensor do livre mercado e do capitalismo Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

01/06/2022 15h58Atualizada em 01/06/2022 15h58

Rainer Zitelmann é um historiador e sociólogo alemão defensor do capitalismo e do livre mercado. Com 64 anos, ele defende a ideia de que é a economia de mercado a responsável pela diminuição da pobreza no mundo. Em entrevista ao Estadão, ele argumentou que 200 anos atrás 90% da população mundial vivia na pobreza extrema e hoje são menos de 10%.

Vindo do pensamento de esquerda na juventude, Zitelmann é hoje um crítico do anticapitalismo e de suas expressões. Autor de diversos livros sobre a temática, incluindo o mais recente "O capitalismo não é o problema, é a solução", o pensador dará uma uma palestra na próxima sexta-feira (3), em São Paulo, evento que terá transmissão também pelo YouTube.

Para ele, a diminuição da extrema pobreza na China, por exemplo, se deu por conta das reformas pró-mercado após o regime de Mao Tse Tung. Na época de Mao 88% da China estava nesta situação, hoje por volta de 1% ainda vive na extrema pobreza, mas o governo chinês quer erradicar por completo esta mazela social.

"Hoje, a China tem muito mais bilionários do que tinha antes. Nos tempos de Mao não havia um único bilionário na China. Hoje, há centenas de bilionários, tantos quanto nos Estados Unidos. Em Pequim, há mais bilionários do que em Nova York. Mas ninguém na China está pedindo para voltar aos tempos de Mao, porque havia mais igualdade naquela época", afirmou ao jornal.

O historiador apontou que os imigrantes costumam sair de países com pouca liberdade econômica em direção a países com maior liberdade. "Ninguém diz também que quer ir da Coreia do Sul para a Coreia do Norte. Ou que quer escapar do capitalismo do Chile para o paraíso socialista da Venezuela.

Falando do Brasil, o escritor alemão aponta que Lula (PT) está tentando se mostrar mais moderado do que realmente seria, mas que por conta dos erros de Bolsonaro (PL), em especial na gestão da pandemia, sua rejeição pode fortalecer o petista. Ele compara com o Chile, em que Boric, candidato de centro-esquerda, venceu Kast, um direitista mais radical e que tinha muita rejeição por seus posicionamentos pouco moderados.

Para ele, o capitalismo recebe críticas porque o anticapitalismo se tornou um tipo de religião. "No passado, há séculos, a religião era muito forte na Europa. No mundo moderno, o anticapitalismo se tornou uma nova forma de religião. O papel do diabo hoje é desempenhado pelo capitalismo". Zitelmann só difere a religião e o socialismo no fato de que a religião promete o paraíso após a vida e o socialismo o promete ainda em vida.