Por que tarifa de luz disparou e vai fazer as contas encarecerem em junho?
O aumento na conta de energia vai pesar no bolso do brasileiro, e a única alternativa será buscar meios para economizar no que for possível. O reajuste chega após dois anos de medidas para segurar o valor e varia de 7% a 24% para clientes residenciais, segundo aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A conta pode ficar ainda mais cara dependendo dos impostos estaduais e outros tributos variáveis. No ano passado, o reajuste médio ficou em 8,25%.
A justificativa das distribuidoras é que os preços ficaram represados durante a pandemia da covid-19 e a seca. O aumento chega para custear o déficit de R$ 30 bilhões no fundo do setor elétrico, mas vem em um momento delicado para o brasileiro, que tenta equilibrar o orçamento com outros reajustes simultâneos, como o do combustível e da cesta básica.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Madureira, o reajuste é referente a perdas de anos anteriores.
A justificativa foi dada na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, depois que o valor da tarifa foi questionado por um grupo de parlamentares —assinaram o documento o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) e os deputados federais Felipe Rigoni (União-ES), Renan Ferreirinha (PSD-RJ) e Tabata Amaral (PSD-SP).
A Câmara dos Deputados tenta um acordo com a Aneel para barrar o novo preço e pode votar um projeto de decreto legislativo que visa suspender os aumentos em estados como Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, além de outros reajustes feitos pela Aneel.
O maior aumento foi no Ceará (24,85%).
Por que a conta de luz aumenta tanto?
Ao pegar a conta de energia do mês, o consumidor mais atento vai observar vários códigos usados para detalhar os custos da luz. O valor cobrado vai além do consumo propriamente dito.
Estão inclusos no valor final:
- os custos de distribuição, transmissão e geração, que variam de estado para estado;
- os tributos, que incluem PIS e Cofins (federais) e ICMS (estadual);
- encargos setoriais, destinados a cobrir custos do setor elétrico;
- a bandeira tarifária (se for vermelha, a conta fica mais cara);
- uma parte destinada às prefeituras para as taxas de iluminação pública.
Cada bandeira, uma cobrança
Uma das vilãs da conta de energia é a bandeira tarifária. Em abril deste ano, ela foi mudada de vermelha para verde, o que ajudou a baixar o valor final em cerca de 20%. Com os reservatórios mais cheios, o risco de falta de energia foi afastado pelo Ministério de Minas e Energia.
As bandeiras tarifárias são definidas mês a mês. A bandeira de escassez hídrica vigente em 2021 teve um impacto de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. Ficam isentos dessa bandeira apenas os consumidores cujos imóveis estão cadastrados como baixa renda e têm desconto nas contas.
Entenda as bandeiras:
- Verde: as condições são favoráveis para a geração de energia, não há acréscimo na conta.
- Amarela: as condições de geração são menos favoráveis, e o consumidor paga R$ 0,01874 a cada kWh.
- Vermelha (patamar 1): a geração de energia é mais custosa, e há aumento de R$ 0,03971 por kWh consumido.
- Vermelha (patamar 2): o aumento vai para R$ 0,09492 por kWh consumido.
- Escassez hídrica: é a situação mais cara e crítica, o impacto na conta é de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.
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