Carros de luxo, cassinos e grifes voltam à Venezuela após 'dolarização'
O cenário do bairro Las Mercedes, em Caracas, Venezuela, está cada vez mais repleto de carros de luxo, lojas de grifes e cassinos — um retrato que parecia inimaginável há poucos anos, mas que passou a exemplificar como o presidente Nicolás Maduro tem buscado incrementar a economia com medidas tipicamente capitalistas.
Em reportagem publicada hoje na Bloomberg, determinadas regiões da capital venezuelana são descritas como novos centros de negócios para uma parcela mínima da população do país — cerca de 90% dos venezuelanos vivem na pobreza atualmente, relembra a matéria.
Em Las Mercedes, porém, é fácil localizar o impacto de decisões econômicas de Maduro: o menor controle sobre preços e a permissão da circulação do dólar, liberado em 2018, precederam a volta dos cassinos e jogos de azar, autorizados a operarem desde o segundo semestre de 2021 depois de um longo período de proibição determinada pelo ex-presidente Hugo Chávez.
Além de torres de prédios de negócio em construção, uma loja da Ferrari com o Portofino mais barato a US$ 200 mil compõe a região. Lojas vendem grifes como Hermès e Pronovias, marca líder em vestidos de luxo, e sapatos stilettos do designer italiano Gianvito Rossi são exibidos ao custo de US$ 1000 o par.
"Nos últimos dez anos, sentíamos falta de um lugar como esse para nos divertir", disse à reportagem Maria Elena Millan, uma corretora de 52 anos que se divertia no luxuoso Cassino Humboldt, um dos principais de Caracas.
Relação com os EUA e economia
Apesar da Venezuela ter sido deixada de fora da Cúpula das Américas, encontro promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com líderes do continente, o país vive um momento de melhora nas relações com os norte-americanos — devido, especialmente, à guerra na Ucrânia e ao temor da falta de petróleo no mercado internacional.
Em maio, fontes da Reuters afirmaram que o governo de Biden autorizaria a empresa petrolífera norte-americana Chevron Corp a começar negociações com a administração de Maduro, suspendendo temporariamente uma proibição norte-americana a esse tipo de discussão.
No entanto, ainda não há uma decisão final de Washington sobre a renovação de uma licença, atualmente limitada, que permite à Chevron manter ativos na Venezuela, acrescentou a fonte.
A Venezuela vive uma recuperação econômica após sete anos de declínio, com previsões que apontam um crescimento entre 5% e 8% para este ano, segundo os especialistas, e estabilização do bolívar em relação ao dólar.
No entanto, ainda há ceticismo, já que muitos consideram que a melhoria será desigual nos diferentes setores sociais e difícil de se manter ao longo do tempo.
*Com informações da Reuters
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