Eletrobras: 9 dos 11 conselheiros renunciam ao cargo após privatização
Após o governo privatizar a Eletrobras, nove dos 11 conselheiros da empresa renunciaram ao cargo no sábado (18). O objetivo é deixar que os novos acionistas escolham a composição do Conselho.
Em carta entregue à Eletrobras, os conselheiros afirmaram que a desestatização da companhia "trará novas oportunidades de investimento e de expansão de suas atividades".
"Cabe agora a este Conselho de Administração, após profundas e efetivas contribuições ao processo, propiciar que a nova composição societária - definida sem a figura de um acionista controlador - venha a formatar um novo colegiado", informou o documento.
O grupo justificou que estava "imbuído de senso de dever cumprido" e ciente dessa "nova necessidade" da companhia e também do Brasil.
Apesar da renúncia, os nove conselheiros permanecerão nos cargos até a eleições dos substitutos. Não há, contudo, data prevista para a Assembleia Geral Extraordinária.
Privatização da Eletrobras
A estreia na Bolsa, em 13 de junho, das ações da Eletrobras marcou o início da era privatizada para a maior empresa do setor elétrico brasileiro, após uma novela de quase três décadas. O negócio é também a única grande privatização prometida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a apenas seis meses do fim do atual mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Privatizada, a Eletrobras a promete gerar mais investimentos no setor elétrico e estimular a oferta de energia no país. Mas a lei que viabilizou o processo de privatização da companhia também deve encarecer a conta de luz dos consumidores nos próximos anos, segundo especialistas.
Com a capitalização, a Eletrobras deixa de ser controlada pelo governo e passa a ser uma corporação -empresa que tem vários acionistas sem que nenhum deles possua mais de 50% do controle, com uma diretoria e direção definidas pelo conselho formado pelos acionistas.
O Estado brasileiro vai manter uma golden share, um tipo especial de ação com poderes maiores para intervir em temas considerados estratégicos. No caso da Eletrobras, o governo poderá impedir, se desejar, que uma empresa privada assuma o controle da companhia com mais de 50% das ações.
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