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'Sheik' alega ter oferecido acordo a Sasha, que perdeu R$ 1,2 mi em criptos

Francis Silva, o "Sheik das criptomoedas", acusado de dar golpe em Sasha Meneghel - Reprodução
Francis Silva, o 'Sheik das criptomoedas', acusado de dar golpe em Sasha Meneghel Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

11/07/2022 13h02Atualizada em 12/07/2022 08h18

Francis da Silva, conhecido como "Sheik das criptomoedas", disse em entrevista ao jornal O Globo que ofereceu um acordo ao casal Sasha Meneghel e o marido dela, João Figueiredo, lesados em R$ 1,2 milhão. Alvo de inquérito da Polícia Federal do Paraná por supostos crimes contra o sistema financeiro nacional e organização criminosa, ele ainda afirmou que não vai fugir e que resolverá os problemas de dívidas com os clientes.

A filha de Xuxa não foi a primeira vítima de Francis. Há quase dois anos, ele responde a uma ação coletiva no valor de R$ 4 milhões. Mais de 20 investidores de Apucarana, no Paraná, acusam Francis de enganá-los em um esquema de pirâmide.

Ele disse lamentar que Sasha tenha sido lesada. "Sasha e João são pessoas extremamente maravilhosas. Tentamos três vezes fazer acordo. Fiquei chateado, estranhei a postura. Tivemos amizade pessoal, mas não quero entrar nos detalhes".

Francis é apontado como sócio de centenas de empresas, entre elas a Rental Coins, aberta em janeiro de 2019, através da qual captou o dinheiro de Sasha. O site da Rental Coins afirma ter mais de 20 mil clientes e promete rendimentos em valores fora da prática de mercado, de 8,5% a até 13,5% de lucro em cima da quantia investida no aluguel de criptomoedas.

Ele alegou que os problemas financeiros do seu grupo empresarial, do qual a Rental faz parte, começaram no final do ano passado, mas que só tomou conhecimento disso em maio. "Minhas empresas estão passando por essa situação por erros de gestão. Depois, acabaram vindo os bloqueios jurídicos e o assassinato de imagem. Estou terminando uma auditoria. Terei 100% da situação das empresas", disse Francis.

Segundo o jornal O Globo, uma mansão dele está com cinco bloqueios judiciais por conta de ações impetradas por credores e foi colocada à venda por R$ 64,5 milhões. Ele explicou que delegou a função de gestão do aluguel de bitcoins a terceiros, a fim de se dedicar a outros ramos de atuação do grupo, sem saber das taxas de juros oferecidas aos clientes.

O sheik dos bitcoins disse estar investindo em outros segmentos, como blockchain, que facilita o processo de registro de transações e o rastreamento de ativos em uma rede empresarial, para assim ressarcir os clientes. "Meus clientes totais passam de 30 mil, dos quais de 60% a 70% já receberam de volta. De 20% a 30% é o problema real. Entre fevereiro e março de 2023, a empresa estará 100% redonda. Várias negociações com fundos".

Agora, ele diz que não dependerá mais de captação. "Não dependo de novos aportes. Tenho uma base onde estou trabalhando com outras frentes. Não é a Rental. Quem me contrata sabe que somos os melhores desenvolvedores. Fundos já trabalham com empresas que passam por essa situação. Minha ideia não é voltar a fazer captação. É deixar a empresa em ordem", falou Francis.

Francis rebateu as acusações de que o aluguel de bitcoins seja esquema de pirâmide disfarçada. "Pensam sempre que é pirâmide, que é golpe. As pessoas, desesperadas, acham que perderam o dinheiro. Mas Francis está no Brasil e trabalha intensamente, até sábados e domingos, para normalizar [os pagamentos]. Declaro tudo que tenho. Não sonego imposto. Disseram que até tomaram o meu passaporte, mas ele continua comigo".

Consultados pelo jornal O Globo, Sasha e o marido não se pronunciaram, mas já entraram com uma ação contra Francis na Justiça de Curitiba.