Pesquisa: 63% do eleitorado de Bolsonaro em São Paulo critica Bolsa Família
Uma pesquisa feita na cidade de São Paulo mostrou que 63% daqueles que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) se colocam críticos ao Bolsa Família, programa social substituído pelo Auxílio Brasil.
Essa porcentagem disse concordar com a frase "Bolsa Família estimula pessoas a não trabalhar", apresentada pelos pesquisadores para medir a popularidade de medidas sociais entre votantes.
O mesmo questionamento havia sido aplicado em 2019 pelos pesquisadores Pablo Ortollado e Marcio Moretto Ribeiro, do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da USP (Universidade de São Paulo), naquele que foi o primeiro ano do governo Bolsonaro.
De lá para cá, houve estabilidade na avaliação negativa do Bolsa Família — de 61% aos 63%. A margem de erro da pesquisa, feita com 2.308 pessoas entre 7 e 14 de maio de 2022, é de 4 pontos percentuais quando considerados aqueles que declararam ter votado em Bolsonaro em 2018 e 5 pontos percentuais para aqueles que declaram votar no atual presidente em 2022. O intervalo de confiança é de 95%.
Por outro lado, são 34% os que concordam com a afirmação entre aqueles que não declaram voto em Bolsonaro em 2022, mesmo percentual de 2019.
Segundo os pesquisadores, o questionário buscava avaliar identificações do bolsonarismo com temas diversos, como críticas ao PT ou a políticas LGBTQIA+.
Em relação ao Bolsa Família e às cotas raciais — rejeitadas por 37% dos bolsonaristas, enquanto são 16% os não eleitores do presidente que criticam as políticas —, foram encontrados pontos condizentes com uma retórica que acusa "movimentos sociais progressistas de demandar políticas que criam 'privilégios' e, por isso, furariam a fila da meritocracia", avaliam.
O Bolsa Família foi lançado em 2004, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro na corrida eleitoral atual. Em 2021, Bolsonaro mudou o programa para o atual Auxílio Brasil e buscou desvincular as políticas assistencialistas do período petista.
Desde então, Bolsonaro busca ganhar eleitoralmente com os benefícios dados pelo Auxílio Brasil e procura impulsionar o programa. A PEC dos Auxílios, por exemplo, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, deu abertura para que o valor do auxílio fosse de R$ 600 até o fim do ano — mesmo valor do Auxílio Emergencial dado em 2020 por conta da Covid-19.
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