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Bolsonaro diz que não cria emprego e ironiza: 'Tem que correr atrás'

Do UOL, em São Paulo*

21/07/2022 18h32Atualizada em 21/07/2022 19h17

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje que não cria vagas de emprego e ironizou dizendo que os jovens precisam "correr atrás" de trabalho. A declaração ocorreu a apoiadores no "cercadinho" do Palácio da Alvorada, em Brasília, e foi veiculado pelo canal Notícias do Brasil no YouTube.

"Por que o ensino foi de mal a pior no governo do PT? Por que interessa à juventude ser doutrinada? Ser um boca aberta aí... 'A culpa é do governo', 'cadê o meu emprego?'. Você tem que correr atrás. Eu não crio emprego. Quem cria emprego é a iniciativa privada. Eu não atrapalho o empreendedor", disse o mandatário.

Apesar da fala, no primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego dos brasileiros entre 14 e 17 anos era de 36,4% — ou seja, mais de um terço dessa população estava sem emprego, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Para aqueles entre 18 e 24 anos, as taxas caem um pouco, para 22,8%. Entre os mais velhos, esse porcentual é bem menor, em torno de 7%, mas dobrou nos últimos dez anos.

Na sequência, o mandatário ainda citou a Lei de Liberdade Econômica, sancionada por ele no primeiro ano do mandato, em 2019. Segundo o governo, o texto reduziu burocracias para empresários, entre elas, dispensou a necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco. Também proibiu o "abuso regulatório", como a criação de regras para leis para reserva de mercado ou controle de preço.

Desemprego entre jovens

Nos últimos dez anos, o Brasil ganhou mais de 2,2 milhões de desempregados só nas duas pontas mais sensíveis do mercado de trabalho: de jovens e de profissionais acima de 50 anos.

Na geração mais nova, entre 18 e 24 anos, um em cada quatro jovens está desocupado no país. No outro extremo, cerca de 880 mil pessoas acima de 50 anos perderam o emprego no período. No total, são 7,6 milhões de desempregados nas faixas de 14 a 29 anos e no chamado 50+, segundo pesquisa da consultoria Idados.

Hoje, essas duas gerações são as que mais têm dificuldade para conseguir emprego. O que sobra para um, falta para o outro. A mais nova, apesar de ser antenada e tecnológica, não tem a experiência que as empresas pedem.

Já os sêniores, por outro lado, têm a experiência e a vivência de trabalho, mas sofrem com o preconceito em relação ao potencial para acompanhar as inovações do mercado e por, supostamente, serem menos flexíveis.

Número de desempregados é de 10,6 milhões

A taxa de desocupação no trimestre de março a maio ficou em 9,8%, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados no fim de junho pelo IBGE. De acordo com o instituto, essa é a menor taxa para o mesmo período desde 2015.

A população desocupada é estimada em 10,6 milhões de pessoas. Já a população ocupada é de 97,5 milhões, o maior número da série histórica, iniciada em 2012.

O rendimento médio, porém, continua em queda. Na comparação com o mesmo período no ano anterior, o trabalhador médio recebe 7,2% a menos.

*Com Estadão Conteúdo