Cresce busca por seguro que paga dívidas de desempregado e evita nome sujo

A procura por seguros para evitar a inadimplência cresce em meio ao aumento do número de famílias endividadas no país. Essa modalidade, chamada de seguro contra perda de renda, é uma proteção financeira para a pessoa pagar suas dívidas em caso de desemprego. O seguro prestamista, que é outro tipo, também ajuda a pagar dívidas em casa de desemprego e até morte. Isso evita que a pessoa fique inadimplente e com o nome sujo.

Quanto cresceu o uso de seguro contra dívidas? A venda de seguros contra perda de renda subiu 19,8% entre janeiro e junho deste ano, segundo a CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras).

Esse seguro foi criado agora? O pró-reitor de pós-graduação do Ibmec, Samuel Barros, explica que os chamados seguros de crédito voltados para garantia de pagamentos de prestações, empréstimos, financiamento ou qualquer tipo de dívida não são produtos novos no mercado, mas estão sendo mais usados recentemente a partir do que considera amadurecimento do mercado financeiro. "Países maduros têm mais seguros comercializados".

Quanto custa e como pagar? O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, explica que o preço de cada seguro varia conforme o ramo. Segundo ele, o seguro prestamista, por exemplo, custa cerca de 10% do valor da dívida, e o pagamento é feito em prestações.

Quais as vantagens? De acordo com Barros, do Ibmec, o grande benefício desses tipos de seguro é evitar o ambiente de risco financeiro. Isso permite o oferecimento de taxas de juros mais atrativas para o consumidor.

Como eles devem ser contratados? A contratação deve ocorrer no início da aquisição de um empréstimo.

Como contratar? Os seguros de crédito podem ser oferecidos pelo próprio fornecedor. Há ainda a opção de o consumidor, antes de fechar uma operação, buscar uma seguradora que avaliar mais oportuna.

Quem pode contratar? Para o pró-reitor do Ibmec, os seguros de crédito não atendem todas as faixas financeiras. O público de baixa renda ainda não consegue pagar, é voltado para a classe média e alta. No futuro, pode se popularizar e beneficiar mais pessoas.

Os seguros oferecem algum outro benefício? Depende da apólice. O seguro prestamista, por exemplo, permite o oferecimento de benefícios como chaveiro e eletricista. Segundo Barros, as apólices não seguem um padrão e devem ser lidas com atenção.

Quais cuidados na hora de contratar? Barros reforça que a leitura do contrato é uma recomendação básica e primordial para evitar surpresas. Ele aconselha ainda que o consumidor pesquise qual produto se adapta mais à necessidade dele e tenha um custo mais interessante —o que não significa a escolha pelo mais barato.

É obrigatório contratar o seguro? Não. A legislação brasileira não permite a venda casada de produtos.

Conheça os tipos de seguro disponíveis:

• Seguro prestamista ajuda na impossibilidade de assumir os compromissos financeiros, seja por morte, invalidez, desemprego, perda de renda, doenças graves ou incapacidade temporária.
• Seguro contra perda de renda assegura o pagamento de indenização, geralmente em forma de renda mensal temporária ao segurado que, em decorrência de evento involuntário, perdeu o emprego e, consequentemente, sua capacidade temporária de gerar renda, também cresceu.
• Fiança locatícia tem como objetivo garantir o pagamento de indenização ao segurado quando este sofrer prejuízos decorrentes de situação de inadimplência do locatário do imóvel alugado.
• Modalidade instrumento de garantia, do segmento de capitalização, foi criada como uma alternativa ao tradicional fiador na garantia de contrato de aluguel residencial ou comercial. O valor do título, definido entre as partes e pago em uma única parcela pelo inquilino, oferecerá o direito ao resgate do valor total ao fim da vigência, conforme estipulado em contrato, desde que o imóvel alugado esteja nas mesmas condições encontradas e que não haja débitos. Durante todo o período do contrato, o inquilino concorre a sorteio de prêmios em dinheiro.
• Seguro de crédito interno oferece cobertura contra o risco de inadimplência ou prejuízos financeiros em operações de crédito realizadas em todo o território nacional.