Apoiador de Bolsonaro, Luciano Hang chama Auxílio Brasil de 'bolsa miséria'
Um dos principais apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, o empresário Luciano Hang chamou de "bolsa miséria" o Auxílio Brasil de R$ 600 concedido pelo governo aos brasileiros de baixa renda.
Em entrevista ao Valor Econômico, Hang defendeu o reajuste de R$ 400 para R$ 600 do auxílio, mas destacou que esse valor é "momentâneo", e ressaltou que os beneficiários precisam trabalhar para serem autossustentáveis.
O pagamento de R$ 600 vai até dezembro e foi uma manobra eleitoreira de Bolsonaro para tentar angariar votos entre os eleitores mais pobres.
"Os mais pobres não têm que viver a vida toda de bolsa miséria. Eles têm de ter a oportunidade de trabalhar e ganhar sustento", declarou.
Essa não foi a primeira vez que Luciano Hang criticou o Auxílio Brasil. Na última terça-feira (13), durante ato de campanha do candidato ao Senado por Santa Catarina Jorge Seif (PL-SC), o empresário disse ser preciso "colocar na cabeça das pessoas que ganhar alguma coisa de graça não leva a nada".
Segundo Hang, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) "ficava feliz" por ter aumentado o número de "dependentes do Bolsa Família", programa que antecedeu o Auxílio Brasil. Porém, o bolsonarista salientou que é dever do governo "arranjar oportunidade para todo mundo para reduzir a quantidade de pobres ganhando o bolsa".
Cai aprovação de Bolsonaro entre beneficiários do Auxílio Brasil
Apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter sancionado a chamada PEC das Bondades às vésperas das eleições como medida para angariar votos entre os mais pobres, que historicamente têm preferência por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a medida ainda não surtiu o efeito esperado pelo governo, conforme mostrou novo levantamento do Datafolha, divulgado ontem.
Segundo o instituto, 57% dos eleitores que recebem o benefício dizem votar em Lula, ante 26% de Bolsonaro. O programa concede o pagamento de R$ 600 a 20 milhões de famílias até o mês de dezembro.
O Datafolha também mostrou que caiu a aprovação de Bolsonaro entre aqueles que recebem o benefício: na semana passada 29% dos beneficiários avaliaram a atual gestão como ótimo/bom. Agora, esse percentual caiu para 25%, uma variação acima da margem de erro, que é de três pontos percentuais.
Ainda de acordo com o Datafolha, 53% dos beneficiários acreditam que são maiores as chances de continuidade do Auxílio no valor de R$ 600 caso Lula vença o pleito. Apenas 37% dizem achar que o atual chefe do Executivo dará continuidade a esse pagamento.
A manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023 é uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro. Entretanto, o presidente não estipulou o pagamento desse valor na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) enviada ao Congresso no mês passado. Por esse motivo, ele foi chamado de "mentiroso" por Lula— o petista diz que pretende tornar o pagamento permanente, caso seja eleito.
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