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Além da Heinz: mais de 800 marcas devem mudar rótulos após morte da rainha

Brasão da Rainha Elizabeth 2ª aparece em frasco de ketchup da Heinz no Reino Unido - Getty Images
Brasão da Rainha Elizabeth 2ª aparece em frasco de ketchup da Heinz no Reino Unido Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

16/09/2022 04h00Atualizada em 19/09/2022 14h00

Não é apenas o rótulo dos ketchups da Heinz que terão que passar por mudanças no Reino Unido após a morte da rainha Elizabeth 2ª. Estima-se que 875 marcas também deverão passar pelo processo de reformular o design das embalagens, segundo o jornal norte-americano Business Insider.

Entre as marcas está o supermercado britânico Waitrose, a marca de chá Twinings, os champanhes Bollinger, bebidas da Bacardi-Martini, o refrigerante Schweppes e a pimenta Tabasco da McIlhenny Company. A mudança ocorre devido ao Royal Warrant, um documento que permite que uma empresa use o brasão real nos produtos e na comercialização deles em troca do fornecimento de bens e serviços à realeza.

Com a morte da rainha Elizabeth 2ª, o brasão utilizado nos produtos deixa de ser válido e será necessário trocar para o do novo monarca, o rei Charles 3º, que tem o poder de revisar e conceder os títulos do Royal Warrant. A marca afiliada pode continuar usando o brasão real por até dois anos se "não houver mudança significativa dentro da empresa em questão", diz o site da associação.

Segundo reportagem da BBC, há uma expectativa de que as empresas continuem a manter seus negócios com a família real. Entre os mais de 800 títulos concedidos pela realiza, 180 foram por parte de Charles, ainda como príncipe de Gales.

A marca de tintas Crown Paints, que teve concessão do Royal Warrant, visa a renovação do brasão com bastante entusiasmo.

"É um verdadeiro distintivo de honra e estamos muito orgulhosos disso", explica a diretora de marketing Katie McLean à BBC. "Temos pessoas que trabalham aqui há gerações, cuja família trabalhou na década de 1960, quando a rainha nos visitou." O negócio foi premiado pelo rei George VI em 1949 e renovado pela rainha em 1955.

No entanto, há também possibilidade de muitas marcas deixarem de ter o brasão real estampado nas embalagens, como foi o caso da empresa de tabaco Gallaher, que teve seu acordo encerrado em 1999 depois de 122 anos com a família real.

Segundo a BBC, a justificativa foi a falta de demanda da Casa Real. No entanto, houve suspeita que o rei Charles tenha sido fundamental para a retirada por ser declaradamente antifumo.

Neste novo cenário, a rainha consorte, Camilla Parker Bowles, também terá o poder de concessão de Royal Warrant. Há também uma expectativa de que o novo rei conceda a seu filho e herdeiro, o príncipe William, a capacidade de emitir seus próprios títulos.

Os Royal Warrants são concedidos a cerca de 30 empresas por ano. A RWH (Associação de titulares de Royal Warrants, em tradução livre) disse que as empresas devem provar que a casa real usa regularmente seus produtos e que "os candidatos também são obrigados a demonstrar que possuem uma política ambiental e de sustentabilidade adequada e um plano de ação".

As empresas podem reaplicar para garantir o título, desde que provem que fornecem "produtos ou serviços de forma regular e contínua às famílias reais por pelo menos cinco anos dos últimos sete". Após a morte de rainha Elizabeth 2ª, as empresas que mantiverem a associação deverão alterar os rótulos para colocar o brasão do rei Charles 3º.