Petrobras anuncia redução de 6% no diesel na refinaria, R$ 0,30 por litro
A Petrobras anunciou hoje uma redução no preço do diesel para as distribuidoras. A partir de amanhã, o preço cairá de R$ 5,19 para R$ 4,89 por litro, uma variação de 5,78%. Não é possível afirmar se e como a diminuição vai chegar ao consumidor final, já que o repasse depende de cada revendedor. Os demais combustíveis não tiveram corte anunciados.
Segundo a Petrobras, a redução "acompanha a evolução dos preços de referência", disse a companhia em nota.
Se considerada a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,87, em média, para R$ 4,67 a cada litro vendido na bomba, informou em nota a companhia.
Na semana entre 11 e 17 de setembro, o preço médio do litro do diesel nas bombas era de R$ 6,84, de acordo com o levantamento de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
A última redução foi em 12 de agosto, quando o preço do litro do diesel nas distribuidoras passou a ser de R$ 5,19. Antes, houve redução em 5 de agosto, com o litro sendo revendido a R$ 5,41 na refinaria. Na última segunda (12), a estatal anunciou uma queda no preço de venda do GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás de cozinha.
Essa redução do diesel pega o mercado de combustíveis de surpresa. Analistas e executivos esperavam novas reduções na gasolina, cujos preços internacionais têm mostrado quedas mais resilientes e menos volatilidade.
No caso do diesel, a leitura era de que as oscilações das cotações internacionais do derivado e seu descolamento do preço do barril tornavam reduções nos preços domésticos "improváveis".
As reduções nos valores dos combustíveis ocorrem após a Petrobras mudar a dinâmica de reajuste dos combustíveis. Em comunicado no mês de julho, a estatal informou que o conselho de administração e o conselho fiscal da companhia passarão a supervisionar a execução da política de preços.
Para isso, a diretoria executiva da estatal —que é responsável por determinar os reajustes dos combustíveis— deverá informar os dois conselhos, a cada três meses, sobre a evolução dos preços do diesel, da gasolina e do gás no Brasil, além da participação da Petrobras em cada mercado.
Segundo especialistas do mercado de petróleo, a mudança aumenta a pressão do governo federal sobre as decisões de preços.
Desde julho, os estados estão reduzindo a alíquota do ICMS sobre os combustíveis em atendimento à lei aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro que limita a porcentagem do imposto sobre esses produtos e serviços, que passaram a ser considerados essenciais.
Além dos combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo são impactados pela redução da alíquota.
O movimento foi uma tentativa do governo de frear a escalada de preços no Brasil, principalmente a dos combustíveis. No início deste mês, integrantes do Centrão chegaram a avaliar que Bolsonaro pode perder as eleições se o governo não conseguir baixar o preço dos combustíveis e passaram a fazer pressão para que alguma medida fosse tomada.
No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro comemorou a redução do preço do diesel. Em campanha pela reeleição, Bolsonaro vem citando as quedas nos preços da gasolina e do diesel com frequência e já deu "parabéns à Petrobras" pela iniciativa.
O chefe do Executivo teve quatro presidentes à frente da estatal. Em abril, Joaquim Silva e Luna foi substituído por José Mauro Ferreira em meio à crise dos preços dos combustíveis. Ferreira ficou pouco mais de dois meses no cargo, até a indicação do atual presidente Caio Paes de Andrade.
*Com Estadão Conteúdo
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