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Gênio da matemática, ele virou bilionário mais jovem do mundo e largou MIT

Alexandr Wang, o bilionário mais jovem do mundo - Reprodução / Forbes
Alexandr Wang, o bilionário mais jovem do mundo Imagem: Reprodução / Forbes

Colaboração para o UOL, do Recife

19/10/2022 04h00Atualizada em 20/10/2022 09h36

Enquanto a maioria dos rapazes de 25 anos está saindo da faculdade e dando os primeiros passos no mundo corporativo, o americano Alexandr Wang entrou na lista da Forbes 2022 como o novo bilionário mais jovem do mundo.

Diferentemente de muitos magnatas de sua idade, a fortuna de Wang não vem de família. Ele, que foi um garoto prodígio em matemática desde a infância, cofundou a empresa de software Scale AI quando tinha apenas 19 anos.

Na época, ele havia acabado de ingressar no MIT (Massachusetts Institute of Technology) para estudar machine learning (como um computador "aprende" e pode ser usado para inteligência artificial).

Após um ano, abandonou os estudos para se dedicar exclusivamente aos negócios, inicialmente com um investimento da Y Combinator. Em 2018, já havia aparecido na lista Under 30 da Forbes, que destaca os nomes mais brilhantes do empreendedorismo.

Wang detém 15% da sociedade na Scale AI, o que vale cerca de US$ 1 bilhão. Após uma rodada de financiamento no ano passado, no valor de US$ 325 milhões, a empresa foi avaliada em US$ 7,3 bilhões —foi isso que lhe rendeu o título de "o mais jovem bilionário do mundo".

Com o título, Wang assume o lugar de Pedro Franceschi, que também tem 25 anos, mas é alguns meses mais velho que Wang. O brasileiro é cofundador da fintech Brex e agora é o segundo mais jovem super-rico 'self-made' do planeta.

Influência dos pais

Os pais de Wang são físicos e desenvolviam armas para militares norte-americanos no Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México (EUA). O Projeto Manhattan, responsável pelas bombas atômicas da Segunda Guerra Mundial, foi realizado nesse mesmo laboratório.

Foi assim que o menino e sua irmã, Jessie, cresceram: ao redor do Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México, local ultrassecreto onde os Estados Unidos desenvolveram aquela arma de guerra.

Amante de matemática e programação, desde o início da adolescência passou a participar de competições nacionais. Em 2012, ficou em 5º lugar na USA Mathematical Talent Search, e, dois anos depois, foi selecionado entre os 20 melhores estudantes de física para o USA Physics Team.

Aos 17, decidiu trabalhar em tempo integral com programação no site de perguntas e respostas Quora, onde conheceu a cofundadora da Scale, Lucy Guo.

Mesmo com um currículo escolar e profissional brilhante, uma fortuna robusta e uma carreira promissora, Wang já disse em entrevista que seus pais estão decepcionados por ele ter abandonado uma faculdade —ainda mais do quilate do MIT.

Mas, durante uma entrevista à Bloomberg Technology, o jovem se mostrou implacável em sua decisão e disse: para quem sabe o que quer fazer, não é preciso diploma universitário, apenas boas habilidades.

Ele, que aprendeu sozinho a programar, recebeu ainda no ensino médio várias propostas de emprego em empresas do Vale do Silício.

Gosta de Jobs e já conheceu Kate Perry

Diferentemente da maioria dos jovens de sua geração, ele parece não ser muito fã de redes sociais. Pelo menos não para postar fotos de sua vida social e pessoal.

Sua conta no Instagram é recheada de fotos de família e paisagens aleatórias. Mas, como outras personalidades do mundo business, tem presença fiel no LinkedIn e Twitter.

Discreto, o dono da Scale AI gosta de tocar violino —desde os nove anos—, escrever, caminhar e ler os filósofos Nietzsche, Sartre e Kierkegaard.

Já declarou que tem Steve Jobs como inspiração e é fluente nas línguas chinesa e francesa.

Segundo o site "Business Insider", já conheceu a cantora Kate Perry quando um investidor a apresentou para ele numa tentativa de impressioná-lo.

O que faz a Scale AI?

A empresa faz extração, análise e tratamento de dados e informações, usando um sistema de inteligência artificial criado por Wang.

No site da Scale AI, cuja sede fica em São Francisco (EUA), a empresa diz que a tecnologia se sobrepõe à capacidade humana em termos de precisão e velocidade para analisar imagens, especialmente as de satélite. Isso é especialmente importante para funções militares.

Entre seus 300 clientes, estão empresas como a General Motors, a Força Aérea e o Exército dos Estados Unidos.

De acordo com a Forbes, só três contratos com o Departamento de Defesa norte-americano chegam ao valor de US$ 110 milhões.

Desde março, alguns dias após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Scale AI ganhou o noticiário internacional, quando decidiu oferecer bancos de dados gratuitamente para profissionais de segurança nacional.

A plataforma de inteligência artificial é capaz de usar imagens capturadas por satélites comerciais para mapear remotamente o dano causado pelos bombardeios russos, assim como movimentos de tropas na Ucrânia.