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Da bicicleta ao império: mais rica da Ásia, ela ficou bilionária do zero

Fan Hongwei, a mulher mais rica da Ásia - Reprodução/ qq.com
Fan Hongwei, a mulher mais rica da Ásia Imagem: Reprodução/ qq.com

Rosália Vasconcelos

Colaboração para o UOL, do Recife

27/08/2022 04h00

Cerca de 30% das 327 mulheres bilionárias do mundo são self-made woman, ou seja, elas fizeram sua fortuna sozinhas, sem receber heranças da família ou do marido. A primeira dessa valiosa lista é a chinesa Fan Hongwei, que também é a mulher mais rica da Ásia, segundo a lista da revista norte-americana Forbes 2022.

Na presidência da Hengli Petrochemical, uma empresa de refinaria de petróleo e fornecedora de fibras químicas, o patrimônio líquido de Fan foi cotado este ano em torno de US$ 18,2 bilhões (cerca de R$ 93 bilhões).

Ela também está no cargo de vice-presidente de sua holding Hengli Group, cujo CEO é seu marido, o também bilionário Chen Jianhua.

Uma das empresas que faz parte do guarda-chuva do grupo é a Suzhou Wujijang Tongli Lake Travel, uma subsidiária do Hengli Group controlada pela família e negociada no mercado de ações da China.

Do zero ao império

A história de Fan Hongwei e de seu marido nem sempre foi de fartura.

Fan nasceu em fevereiro de 1967 na província de Jiangsu, na China, e se formou pela Universidade Normal de Nanjing. O seu primeiro emprego foi como contadora, no início dos anos 1990.

Nessa mesma época, Chen, marido de Fan, começou a vender fibra química e seda branca de fábrica no bagageiro de uma bicicleta. Ele estava afastado do mercado formal devido a uma lesão sofrida quando trabalhava na área de construção civil.

A venda ambulante acabou sendo um negócio lucrativo em um país faminto por matérias-primas.

Em 1994, Chen e Fan juntaram seus fundos e pegaram um empréstimo de cerca de US$ 500 mil dólares para investir numa fábrica têxtil falida em Wujiang, Suzhou, a Wujiang Chemical Fiber Textile Factory.

Fan assumiu a fábrica como gerente geral. Ela e seu marido reestruturaram a empresa, convenceram os antigos trabalhadores a ficar e, em um ano, transformaram a fábrica.

Eles continuaram investindo o lucro na empresa, atualizando seus equipamentos e expandindo as linhas da fábrica.

A empresa, que começou com 27 funcionários, no início dos anos 2000, tornou-se a maior produtora de fibras da China e uma das maiores empresas de tecelagem do mundo.

Em 2002, Fan fundou sua segunda empresa, a Hengli Petrochemical. E a mulher de negócios do ramo têxtil ampliou suas atividades e criou uma holding, com fábricas nas cidades chinesas de Suzhou, Suqian e Nantong.

Na petroquímica, que hoje se tornou a principal empresa do grupo, a self-made woman possui 45% das ações.

Na lista de bilionários

Em 2020, quando o seu patrimônio líquido chegou a US$ 6 bilhões (cerca de R$ 30,7 bilhões, em valores atuais), Fan Hongwei foi incluída na lista dos maiores CEOs da China, de acordo com a Forbes, e na lista das pessoas mais influentes desse país asiático, segundo a revista norte-americana Fortune.

Ano passado, seu patrimônio atingiu US$ 18,2 bilhões e se manteve este ano no mesmo patamar. Hongwei foi uma das pessoas que mais enriqueceram durante a pandemia da covid-19.

Nos últimos anos, a empresa Hengli procurou investir em políticas ambientais mais rígidas, tornando-se o maior produtor de fibras da China, usadas principalmente para a indústria de vestuário.

A empresa também produz matéria-prima para a fabricação de chips, filamentos para embalagens, eletrônicos e produtos farmacêuticos.

Atualmente, Fan Hongwei possui 55 anos, continua casada com Chen Jianhua e reside na cidade de Wujiang, onde está a maior parte dos seus negócios.