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O que nos faz criativos é sempre viver na crise, diz copresidente da DM9

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em Piracicaba (SP)

01/11/2022 04h00

As diferentes crises enfrentadas no país ajudam a criatividade brasileira ser uma das melhores do mundo? Para Icaro Doria, da agência DM9, a criatividade é fundamental para momentos assim.

"O que nos faz tão prolíficos como criativos e com agências tão poderosas é que a gente sempre viveu na crise. A crise faz com que você tenha que achar maneiras eficientes e rápidas lidando com adversidades de um país sempre em ebulição", afirma Icaro, copresidente e chefe de criação da agência DM9 - veja este trecho da entrevista ao programa Mídia e Marketing no vídeo acima.

O criativo, que trabalhou por 17 anos no mercado publicitário norte-americano, voltou ao Brasil no semestre passado para comandar a área criativa da DM9, agência que voltou a funcionar no país depois de um hiato de 4 anos - a DM9, por exemplo, foi a responsável pela criação de campanhas como Pipoca com Guaraná e dos Mamíferos da Parmalat, entre outros sucessos.

Avanço da tecnologia é positivo ou negativo para a publicidade? "A publicidade é uma das carreiras mais honestas que existe: você declara desde o começo que está ali para vender alguma coisa para alguém. Aos poucos, com algumas tecnologias, a gravidade puxou para um lado que não me interessa tanto. Antes você trabalhava na arte da persuasão. Hoje, existem muitos aspectos que acabam puxando para arte da manipulação", diz (a partir de 22:13).

Marcas relevantes para a sociedade "Há uma frase do Bill Bernbach, um dos fundadores da publicidade criativa mundial, em que ele fala que existem pessoas que vão ser pela sua marca e contra sua marca. Isso está tudo bem. O problema é quando as pessoas não são nem a favor nem contra, porque aí você entra num ostracismo e ninguém se importa com a sua existência", diz (a partir de 26:01).

Publicidade agora é entretenimento. "Sucessos explosivos ainda acontecem na publicidade. Mas precisa ser entretenimento. As marcas também têm que deixar espaço para que as pessoas possam participar da vida delas. Isso é um convite a achar uma maneira de hackear a vida das pessoas. Hoje temos possibilidades enormes: dá para surfar ondas do dia a dia", declara (a partir de 4:06).

Veja o episódio completo: