Chico Alves: Mercado vê Mantega como símbolo do 'desastre' da gestão Dilma

O ex-ministro Guido Mantega deixou a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ser visto por integrantes da ala financeira como o responsável pelo "desastre econômico" no governo de Dilma Rousseff, segundo análise do colunista do UOL Chico Alves.

Mantega pediu hoje para deixar a equipe de transição do governo Lula, a qual havia integrado de forma voluntária. A decisão foi revelada pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo. "Para o mercado, o Guido Mantega é o personagem que simboliza o desastre econômico do governo Dilma tanto por conta das pedaladas, quanto como pela condução da política econômica", disse Chico durante o UOL News.

O colunista destacou que, apesar de adversários políticos apontarem a gestão de Mantega como ruim, parte dos petistas e a própria Dilma defende o ex-ministro da Fazenda e alegam que houve uma "sabotagem" do Congresso Nacional que inviabilizou uma recuperação da economia na época.

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"Nesse grupo de transição tem visões de todos os tipos e, por conta dessa diversidade, cabia ter a visão de Guido Mantega também", afirmou Chico. "Para evitar desconforto e problemas para o governo eleito, e talvez também cansado de ataques, ele preferiu abrir mão da equipe de transição."

Leis atuais não funcionam bem contra desmatamento ilegal, diz governador do MT

Em entrevista ao UOL News, o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), falou sobre a participação do Brasil na COP27. Segundo ele, o país se esforçou para "reposicionar a verdade" sobre as questões ambientais do país.

"Temos que reconhecer que a lei ambiental brasileira é uma das mais restritivas do mundo. Ela protege boa parte do nosso bioma amazônico", disse. "Entretanto, no Brasil, como tantas outras, essa lei não está sendo cumprida direito. Tem gente, uma minoria, que ainda insiste em praticar o desmatamento ilegal."

Mendes disse que, apesar dos esforços do governo federal em conter a destruição ambiental, isso não está dando o resultado esperado. "Isso causa um dano muito grande à imagem do país, ao agronegócio brasileiro, um dano ambiental e vai prejudicar o Brasil."

"Os instrumentos que temos hoje e são utilizados pelas leis brasileiras não estão funcionando bem. Aplicamos quase R$ 9 bilhões de multas e as pessoas continuam desmatando. Precisamos mudar nossas técnicas para combater esse velho problema", afirmou.

Participação de Lula na COP27 foi um sucesso; caso do jatinho poderia ter sido evitado, diz Chico

Chico Alves também falou sobre a ida de Lula à COP27 em um jato particular do empresário José Seripieri Filho, conhecido como Júnior, fundador da Qualicorp e dono da QSaúde.

"Essa encrenca foi prevista por alguns assessores de Lula que o alertaram sobre a complicação que poderia advir dessa carona", disse Chico. "Mas não é o fim do mundo nem o grande assunto do evento", acrescentou.

O petista cancelou uma entrevista coletiva que encerraria a sua participação na cúpula da ONU e, para Chico, pode ter sido uma maneira de evitar que o assunto sobre o uso do jatinho retornasse à imprensa.

"Foi um sucesso a participação de Lula na COP27. Vemos nas manchetes e nas notícias que circularam nos grandes veículos. A explicação sobre o jatinho poderia ser um fecho muito ruim. Talvez tenha sido esse o motivo do cancelamento dessa coletiva. Mas isso é uma especulação; não sabemos porque não foi explicado e, também, é isso que dá margem a esse tipo de especulação", concluiu.

O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.

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