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Equipe de Lula vê rombo de R$ 500 bi com 'impacto nas contas de energia'

Mauricio Tolmasquim, coordenador executivo do grupo técnico de Minas e Energia do governo de transição de Lula (PT) - Reprodução
Mauricio Tolmasquim, coordenador executivo do grupo técnico de Minas e Energia do governo de transição de Lula (PT) Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

08/12/2022 12h02Atualizada em 08/12/2022 12h05

Um rombo de R$ 500 bilhões que irá impactar o preço das contas de luz dos consumidores. É esse o diagnóstico feito pelo Grupo de Trabalho de Minas e Energia do governo de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação a políticas adotadas no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que, segundo eles, deixa uma "herança ruim" para além dos próximos 4 anos.

Em coletiva de imprensa concedida hoje, o coordenador do GT e professor na escola de engenharia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Mauricio Tolmasquim, citou pontos que justificam tal cifra.

O principal impacto é proveniente de uma emenda na privatização da Eletrobras, explicou, envolvendo a contratação obrigatória de energia de termelétricas em determinadas regiões mais remotas do Brasil. O valor calculado pelo grupo só nesse ponto chega aos R$ 368 bilhões. Além disso, também foram citados:

  • Um empréstimo de R$ 23 bilhões feito às distribuidoras devido à covid-19
  • Impacto de R$ 6,5 bilhões devido à escassez hídrica
  • Contratação emergencial de termelétricas por R$ 39 bilhões também pela crise hídrica
  • Obrigação de reserva de mercado para pequenas centrais hidrelétricas no valor de R$ 55 bilhões

"Temos um fenômeno: o custo da energia elétrica é barato, nossas fontes são baratas, mas a tarifa que o consumidor paga é uma das mais caras do mundo", disse Tolmasquim. "Vem mais pressão sobre a tarifa do consumidor, e temos que agir para resolver isso".

Petrobras tem "futuro nebuloso", diz senador. Também integrante do grupo, Jean Paul Prates (PT-RN) avaliou rapidamente a situação da Petrobras, sem dar detalhes devido a acordos de confidencialidade.

  • Segundo ele, apenas lucros e distribuição de dividendos e a retirada de recursos do solo não são um planejamento estratégico para a empresa -- considerando também investimentos em energia renovável.

O senador fez críticas aos orçamentos das agências reguladoras dos órgãos mineradores, como a ANP (Agência Nacional do Petroleo), a PPSA (Pré-sal Petróleo S.A) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Segundo Prates, chegaram relatos sobre falta de recursos para completar a folha de pagamento de dezembro.