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iFood perde exclusividade com grandes redes de restaurantes, como Outback

Motociclista com mochila do iFood parado do trânsito - Getty Images
Motociclista com mochila do iFood parado do trânsito Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

08/02/2023 17h24Atualizada em 08/02/2023 19h13

O iFood fica proibido de fechar contratos de exclusividade com grandes redes de restaurantes. A medida está definida em acordo assinado com o Cade nesta quarta-feira (8). Hoje o iFood tem exclusividade com redes como Outback, McDonald's e Habib's. A medida vale para estabelecimentos com 30 restaurantes ou mais.

O iFood tem seis meses para implementar as mudanças. Os contratos atualmente vigentes com marcas com 30 restaurantes ou mais deverão ser encerrados até 30 de setembro. Essas redes são estratégicas para os aplicativos de delivery, pois concentram grande volume de pedidos, avaliou o Cade.

Também houve mudanças nas regras de exclusividade para restaurantes com menos de 30 unidades. Nesses casos, a exclusividade é permitida, mas os acordos só podem durar no máximo dois anos. Depois disso, o restaurante precisará permanecer sem exclusividade por no mínimo um ano.

Os acordos de exclusividade terão de se limitar a 25% das vendas totais do iFood. Em cidades com mais de 500 mil habitantes, os restaurantes exclusivos só poderão ser 8% do total de estabelecimentos ativos na plataforma. As medidas valem pelo período de quatro anos.

Medidas têm impacto relevante, diz iFood

O iFood diz que trabalha para adequar seu modelo de negócio às novas regras. Em nota, o aplicativo diz que as mudanças têm "impacto relevante" em seus negócios.

A decisão veio após processo iniciado em 2020 no Cade. A investigação foi uma resposta a um pedido do aplicativo Rappi e que envolveu também outras empresas do setor. O argumento do Rappi era de que o modelo de exclusividade do iFood dificulta a concorrência.

Com a decisão, o Rappi diz que pretende ampliar sua presença geográfica no país. A decisão deve incentivar a atuação de mais empresas no mercado de delivery no país, disse ao UOL a presidente do Rappi no Brasil, Tijana Jankovic.

A decisão mostra que esse mercado até agora não funcionou de maneira saudável.
Tijana Jankovic