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OPINIÃO

Brasil pratica taxa de juros real diferente do mundo, diz economista

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/02/2023 18h51Atualizada em 13/02/2023 19h32

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem a obrigação de explicar por que o Brasil pratica uma taxa de juro real diferente do restante do mundo, na opinião do economista Eduardo Moreira, que participou da edição das 18h de hoje do UOL News.

Se você for olhar para todas as economias relevantes do mundo, o Brasil tem uma taxa de juro real em torno de 8%, um pouquinho acima. O segundo é o México, com um pouco acima de 5%, muito grande a diferença, quase o dobro."
Eduardo Moreira, economista

Segundo ele, a divida publica federal está em torno de R$ 6 trilhões. "Se o custo médio da dívida subir 1%, você está falando de R$ 60 bilhões a mais. Quando você sobe a taxa de juro em um ponto percentual, o custo médio não sobe 1%, sobe um pouquinho menos, mas, mesmo assim, estamos falando de R$ 40 bilhões", explicou.

"Por que a gente está gastando esse dinheiro todo a mais do que o mundo gasta, em um momento onde o país precisa de investimento, orçamento super apertado, um monte de gente passando fome?", questionou.

BC é alvo de diversas pressões; é legítimo governo pressionar também, diz Sakamoto

Para o colunista do UOL, Leonardo Sakamoto, é totalmente legítimo que o presidente Lula pressione o Banco Central para que baixe a taxa de juros.

Existem uma série de pressões em torno do Banco Central, sempre houve. O mercado pressiona o Banco Central, uma série de bancos, corretoras. O Banco Central se alinha por vezes a esse grupo e, ao mesmo tempo, nesse cenário, é legítimo que o governo federal também possa pressionar.

Sakamoto ainda afirmou que é papel do presidente Lula falar a respeito da taxa de juros. "O Lula foi eleito com uma plataforma. Quem não leu a plataforma é por que estava trancado numa caverna nos últimos 4 ou 5 meses", opinou.

Sakamoto: Bolsonaro pagou no cartão de crédito a proibição de sua candidatura em 2026

Sakamoto também comentou sobre os novos valores divulgados sobre os gastos do ex-presidente, Jair Bolsonaro, com o cartão corporativo. "O Bolsonaro pagou no cartão de crédito corporativo a proibição de sua candidatura em 2026", avaliou.

"Para quem acha que está gastando muito no aplicativo de comida, saiba que o Bolsonaro é um alento. No dia 24 de agosto ele gastou R$ 8.650 em um delivery do iFood em Belo Horizonte. Lembrando que a lei proíbe isso", destacou.

O colunista do UOL ainda classificou como "descaramento" os gastos com cartão corporativo durante a campanha. "A questão é o nível do descaramento de usar o cartão corporativo para uma coisa tão visível quanto financiamento eleitoral, o que mostra que Jair tinha a certeza de que seria reeleito e, dessa forma, as informações se manteriam em sigilo, sei lá, por mais 100 anos", finalizou.

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