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'Covardia': Governistas criticam Campos Neto após BC manter juros em 13,75%

Presidente Lula (PT) e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central - Ricardo Stuckert/PR e Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Presidente Lula (PT) e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Imagem: Ricardo Stuckert/PR e Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, em Brasília

22/03/2023 18h58Atualizada em 22/03/2023 22h17

Aliados de Lula (PT) criticaram hoje o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, depois de o Copom manter a Selic em 13,75%. Essa foi a segunda definição sobre taxa de juros com o BC autônomo no governo do petista, em meio a pressões para redução e tensões no sistema financeiro global.

O que dizem os governistas:

  • Fernando Haddad (PT-SP): "Achamos que o comunicado preocupa bastante. A depender das futuras decisões, podemos inclusive comprometer o resultado fiscal e, daqui a pouco, vai dar problema nas empresas", disse o ministro da Fazenda.
  • Rui Costa (PT-BA): "Essa insensibilidade do Banco Central só aumenta o desemprego e aumenta o sofrimento do povo brasileiro. Não dá para compreender essa decisão do Banco Central", disse o chefe da Casa Civil.
  • Randolfe Rodrigues (REDE-AP): "A decisão do BC é frustrante, injustificável e incompatível com os esforços fiscais e sinalizações que o governo tem feito. Manter essa taxa de juros sacrifica e sabota não o governo, mas o povo brasileiro!", disse o líder do governo no Congresso Nacional.
  • Lindbergh Farias (PT-RJ): "Covardia o Copom manter Selic em 13,75%. Não estão preocupados com o Brasil e o povo brasileiro. Estão agindo de forma irresponsável para aumentar recessão, desemprego e sabotar o governo do presidente Lula. Temos que reagir contra isso!"
  • Gleisi Hoffmann (PT-PR): "Campos Neto, explique: como empresários podem captar recursos com os maiores juros do mundo? Você não entendeu seu compromisso com o Brasil? Sua política monetária já foi derrotada", disse a presidente do PT.
  • Ivan Valente (PSOL-SP): "Mesmo com toda a pressão, Campos Neto manteve os juros no exorbitante patamar de 13,75%, um dos mais altos do mundo. O Banco Central 'independente' serve a quem? À população não é, Selic nas alturas só ajuda banqueiro. Fora, Campos Neto".
  • Central Única dos Trabalhadores: "Essa decisão revela uma completa submissão do Copom aos interesses dos rentistas e um evidente boicote do presidente do BC ao esforço de todos e todas que trabalham pela retomada do crescimento da economia", disse a CUT.
  • Erika Kokay (PT-DF): "Absurdo! Banco Central mantém Selic em 13,75% e nós queremos saber a quem Campos Neto está servindo, porque ao povo brasileiro que não é! A medida beneficia somente banqueiros e o mercado!"
  • Zé Ricardo (PT-AM): "O BC manteve a taxa de juros Selic em 13,75%. Vitória do setor financeiro. Mais dificuldades para os investimentos do setor produtivo. É um absurdo manter juros tão elevados, favorecendo o setor bancário e seus ganhos, freando a geração de empregos e renda no Brasil."
  • Jandira Feghali (PCdoB-RJ): "Apesar da pressão dos movimentos sociais e populares, o BC manteve a taxa básica de juros em 13,75% --a mais alta do mundo. O povo quer emprego e desenvolvimento, não juros estratosféricos".
  • Guilherme Boulos (PSOL-SP): "Absurdo! Vamos convocar Campos Neto na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara para se explicar! Não é possível que esses juros abusivos sejam mantidos no Brasil", disse.
  • Ontem, Lula afirmou que continuaria pressionando o BC pela redução da Selic. Ele também voltou a criticar Campos Neto. "Só vamos poder mudar o presidente do BC daqui dois anos, porque ele tem autonomia", disse em entrevista.

CNI classificou medida como 'desnecessária'

O cenário atual indica que o Copom já deveria ter reduzido a Selic nesta reunião. A CNI espera que esse processo de redução da Selic se inicie na próxima reunião. A Confederação acredita que a manutenção da taxa de juros é, neste momento, desnecessária para o combate à inflação e apenas traz custos adicionais para a atividade econômica"
Confederação Nacional da Indústria, em nota

Críticos culpam Lula

  • Plínio Valério (PSDB-AM): "O PT não se conforma com a autonomia do BC; Lula quer baixar os juros artificialmente, na canetada e nos colocar no caminho da Argentina e Venezuela. Querem governar sem teto de gastos e sem limites, pouco se importando com a estabilidade econômica", disse.
  • Daniel Trzeciak (PSDB-RS): "Ao manter a taxa básica em 13,75%, o Banco Central diz o que pensa sobre a recuperação da economia brasileira. Quer sinais mais fortes do governo Lula. A Selic não cai na base do grito. Em economia não funciona assim", disse.