Aiwa volta ao Brasil: vendia som, agora vende TV? O que aconteceu?
Famosa pelos aparelhos de som nos anos 1990, a marca de áudio e vídeo Aiwa encerrou sua produção no país em 2008. Quinze anos depois, a marca está de volta, mas com uma nova proposta.
O que aconteceu?
A Aiwa foi fundada em 1951 e logo se destacou no mercado de aparelhos de som. Uma das razões para o sucesso no setor foi a criação do primeiro gravador de fitas cassete do Japão, em 1968.
Em 1969, a Sony se tornou acionista majoritária da Aiwa. Apesar de as empresas serem rivais no setor de áudio e vídeo, a Sony via a competição como saudável.
Foi bem até a década de 1990. 85% do faturamento da empresa vinha da venda de produtos como tocadores de CDs, fones de ouvido, aparelhos de som e som automotivo.
A Aiwa passou a dar prejuízo no começo dos anos 2000. Em 2003, a Sony comprou todas as ações da Aiwa e repaginou a marca para agradar ao público jovem.
A estratégia para atingir novos públicos não deu certo. Em janeiro de 2005, a empresa cancelou o desenvolvimento de produtos e, no ano seguinte, toda a produção foi cancelada. A Sony tirou a marca de circulação em 2008.
Uma marca, muitos donos
Apesar de ter sumido do mercado, a Aiwa continua sendo bastante lembrada pelos consumidores. Para a Sony foi uma oportunidade: em 2015, a fabricante vendeu os direitos da marca para a norte-americana Hale Devices.
Após ter comprado a marca, a Hale Devices, de Chicago, mudou de nome e passou a se chamar Aiwa Corporation. Focou na produção de caixas de som sem fio e fones de ouvido para os mercados norte-americano e europeu.
A nova Aiwa voltou a ter problemas e foi vendida para a holding Infinity Brands. A empresa relançou a marca neste ano na CES, feira de tecnologia realizada anualmente em Las Vegas (EUA).
No Japão, a marca tem outro dono. Ela foi vendida em 2017 para a Towada Audio, que produz aparelhos como leitores de CD bluetooth e até mesmo rádios AM/FM.
Na América Latina, a Aiwa é de propriedade da Audio Mobile Americas. Ela está presente no México e em outros países da região.
Volta ao Brasil. Mas com TVs
No Brasil, a marca Aiwa foi licenciada pelo Grupo MK. O grupo é o dono da Mondial, conhecida por sua linha de eletroportáteis, e da XZOne, que faz produtos para o público gamer.
A marca foi relançada no mercado brasileiro em 2022. A produção é na ex-fábrica da Sony, na Zona Franca de Manaus, que foi comprada pelo Grupo MK há cerca de dois anos.
Por enquanto, as TVs são o destaque. De acordo com o dono do grupo MK, Giovanni Cardoso, a estratégia é usar a tecnologia comprada da Sony —que encerrou suas atividades no Brasil— para produzir televisores e concorrer na categoria premium desse mercado.
Legado da produção de som será explorado
A lembrança da Aiwa como fabricante de áudio será explorada. Cardoso diz que a marca tem uma memória positiva no Brasil. Em 2000, detinha 20% do mercado de som do país.
Cardoso afirma que uma linha de som da Aiwa será lançada nos próximos meses. Entre os produtos, estarão boomboxes (caixas de som portáteis), caixas de som amplificadas, torres de som e rádios para carros.
Mercado mudou, mas cresce
Os aparelhos de som são diferentes hoje daqueles que fizeram a empresa famosa no Brasil. Mas o mercado continua crescendo, afirma o dono do grupo MK.
O brasileiro valoriza desempenho, conectividade, resistência à água, design e luzes. As vendas de caixas de som com bluetooth cresceram 7% entre 2021 e 2022, enquanto as vendas de caixas acústicas subiram 10% no mesmo período.
A Aiwa também pretende reforçar sua linha de fones de ouvido. Segundo a empresa de estudos de mercado GFK, o segmento de fones bluetooth cresceu 40% no último ano.
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