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Preço do aluguel de imóveis sobe 17% em 12 meses, maior alta desde 2011

Cidade de Barueri (SP), onde fica Alphaville, tem o metro quadrado mais caro para quem paga aluguel - CarlaNichiata/Getty Images/iStockphoto
Cidade de Barueri (SP), onde fica Alphaville, tem o metro quadrado mais caro para quem paga aluguel Imagem: CarlaNichiata/Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

18/04/2023 00h01

O preço do aluguel de residências teve alta nominal, que não considera a inflação, de 17,18% nos últimos 12 meses, segundo o FipeZap+. Em março, o índice subiu 1,75%.

O que aconteceu

O aumento acumulado no período é três vezes maior do que a inflação oficial. Nos últimos 12 meses encerrados em março, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é de 4,65%. Trata-se da maior variação para o período desde dezembro de 2011.

Todas as 25 cidades monitoradas tiveram aumento no valor do aluguel em 12 meses. Chamam atenção capitais como Florianópolis (+36,75%); Goiânia (+31,53%); Curitiba (+23,64%); Fortaleza (+22,45%); Belo Horizonte (+21,07%); e Rio de Janeiro (+20,23%).

Mas é a cidade de Barueri (SP), onde fica o bairro nobre de Alphaville, que tem o metro quadrado mais caro. Em março, o preço médio de locação de imóveis é R$ 51,86. Ou seja, o aluguel de um apartamento com 50 m² custa R$ 2.593 (veja o gráfico no final da matéria).

Como é a metolodogia do indice FipeZap+. Os dados foram levantados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e incluem os preços de aluguel de imóveis residenciais (apenas apartamentos) em 25 cidades brasileiras, sendo 11 capitais, com base em anúncios na internet. Os preços consideram apenas os valores anunciados, não os efetivamente cobrados, se houver negociação diferente entre proprietários e inquilinos.

O mercado de locação é suscetível à sazonalidade da renda, o que torna mais correto analisar os últimos 12 meses. Vemos uma estabilização do crescimento dos preços de locação durante os primeiros meses do ano.
Pedro Tenório, economista do DataZap+

Neste início de ano, notamos que o aumento da taxa tem desacelerado, embora o crescimento dos preços de locação ainda continue alto. A expectativa é que o arrefecimento do mercado de trabalho acarrete em desaceleração dos preços de locação, ou seja, menor crescimento dos preços.
Pedro Tenório

Outros destaques do FipeZap+

São Paulo tem preço médio de aluguel mais caro entre as capitais. O metro quadrado para locação de imóveis no mês de março chegou a R$ 47,06. Na sequência, aparecem Florianópolis, em Santa Catarina, com R$ 43,84; Recife, em Pernambuco (R$ 43,63) e Rio de Janeiro (R$ 40,16).

Fora das capitais, Santos, no litoral paulista, tem a locação mais salgada. De acordo com o FipeZap+, o preço médio do metro quadrado no último mês foi de R$ 40,22. São José dos Campos (SP) e São José (SC) aparecem logo atrás, com R$ 34,94 e R$ 34,16, respectivamente.

No primeiro trimestre de 2023, o índice de locação de residências subiu 4,63%. É mais do que o dobro da inflação nos três meses do ano, que foi de 2,09%.

Da mesma forma, o FipeZap+ para março também superou o IPCA. O aluguel subiu 1,75% contra 0,71% da inflação para o período.

Apesar da permanência do home office em diversas empresas, a possibilidade de socialização por si só já torna os grandes centros mais atraentes novamente e consequentemente impacta os preços dos imóveis.
Pedro Tenório

Outro fator fundamental para as grandes cidades é o peso que o comércio e serviços possuem na composição do emprego. O fim do distanciamento social permitiu a reabertura de um montante importante de vagas previamente fechadas, reoxigenando o mercado de trabalho de tais cidades.
Pedro Tenório