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Forno de Minas é vendida ao exterior; que vai acontecer com pão de queijo?

Pães de queijo e outros produtos da empresa Forno de Minas - Divulgação/Forno de Minas
Pães de queijo e outros produtos da empresa Forno de Minas Imagem: Divulgação/Forno de Minas

Lara Castelo

Colaboração para o UOL, de São Paulo

20/04/2023 04h00

A McCain do Brasil comprou 51% das ações da Forno de Minas. Com isso, a empresa de origem canadense se torna dona da famosa produtora de pães de queijo. Como fica a qualidade dos produtos?

O que aconteceu?

Em 2018, a McCain do Brasil já havia adquirido 49% das ações da fabricante de pães de queijo congelados. Com a nova rodada, a empresa canadense passa a deter 100% da Forno de Minas. Os fundadores da empresa deixarão o quadro de acionistas.

Não é a primeira vez que isso acontece. Em 1999, a companhia norte-americana Pillsbury, depois adquirida pela General Mills, comprou a Forno de Minas.

Depois que foi comprada pela General Mills, a qualidade dos pães de queijo da Forno de Minas piorou. A empresa mudou a receita dos pães de queijo e, com isso, as vendas caíram. A General Mills chegou a anunciar o fechamento e a demissão de todos os funcionários da Forno de Minas.

Quando souberam que a empresa poderia deixar de existir, a família fundadora decidiu reassumir a gestão da Forno de Minas. O negócio foi criado em 1990 por Dalva Couto Mendonça e seus filhos Helder e Hélida, a partir de uma receita caseira de pães de queijo.

Para salvar o empreendimento, a família fundadora recomprou a Forno de Minas em 2009. A empresa reforçou as qualidades do "verdadeiro" pão de queijo mineiro e, com isso, voltou a ficar no azul.

E agora, como fica?

A família Mendonça não se pronunciou sobre a venda da Forno de Minas para a McCain. Procurados pelo UOL, os fundadores da empresa também não informaram se existe uma cláusula obrigando os compradores a manter a qualidade dos produtos.

A McCain do Brasil, por sua vez, afirma que não pensa em fazer alterações na Forno de Minas. Em nota, a empresa canadense afirmou que pretende seguir com o plano de negócio já existente, desenvolvido pela liderança da Forno de Minas, e que tem o compromisso de manter a qualidade dos produtos ofertados.

Mas a McCain pode fazer mudanças no produto. Segundo Marcos Bedendo, professor de Branding da ESPM, quando uma empresa é comprada e a marca vem junto, a compradora tem direito de utilizar essa marca da forma que quiser, podendo mudar, por exemplo, o portfólio de ofertas, os acordos comerciais, a matéria-prima e a qualidade dos produtos.

Quando uma empresa é vendida, normalmente, não há obrigatoriedade em manter, melhorar ou piorar a qualidade do produto. Assim, pode acontecer qualquer tipo de alteração, para melhor ou para pior.
Marcos Bedendo, professor de Branding da ESPM

O nome "Forno de Minas", provavelmente, será mantido. Para o especialista, como os produtos das empresas em questão são complementares (pães de queijo e batatas congeladas) e a marca mineira é conhecida, é provável que a McCain siga usando o "Forno de Minas".