Campos Neto sobre juros: 'Mundo se preparou para depressão e teve recessão'

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista à CNN Brasil que a taxa básica de juros de 13,75% se deve ao movimento de precaução que se iniciou ainda na pandemia, quando o mundo se preparou para uma depressão que acabou não se concretizando.

O que disse Campos Neto?

Ele explicou que a subida dos juros em 2022 aconteceu para "o custo ser o menor possível para a sociedade".

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Em política monetária, quando você enxerga alguma coisa que vai acontecer e tem algum grau de convicção, fazer rápido e fazer antes significa ter menos custos. Achávamos que a inflação tinha um componente de demanda muito mais forte do que era, alardeado pelos outros banqueiros centrais".

Tínhamos uma opinião diferente, decidimos subir os juros antes porque estava mais longe do neutro, estava muito baixo. O mundo se preparou para uma depressão e, no final, encontrou uma recessão, então muita gente fez movimentos de juros e depois reverteu. Entendíamos que era importante fazer rápido e bastante, para o custo ser o menor possível para a sociedade".

Campos Neto afirmou que a inflação de 2022 foi "artificialmente baixa".

Quando a gente olha para a inflação hoje, o preço da telecomunicação, eletricidade e gasolina, a inflação de 2022 foi artificialmente baixa em 2,3%".

Ele também voltou a elogiar o arcabouço fiscal e disse que mantém contato frequente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A convivência é boa. Percebo que ele está fazendo um esforço grande no fiscal. Tivemos algumas conversas no começo e eu disse: 'Olha, sem a ajuda do fiscal é muito difícil e não tem como reinventar a roda'".

Temos um relacionamento bom. A gente conversa com alguma frequência".