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Selic: Alckmin diz que manter juros altos custa R$ 190 bilhões ao governo

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a manutenção da taxa Selic em 13,75% tem impacto fiscal negativo e custa R$ 190 bilhões aos cofres públicos.

O que disse o vice-presidente:

Alckmin explicou que cada 1% da taxa Selic custa R$ 38 bilhões e que quase metade da dívida pública do Brasil é "selicada". "Ou seja, se você tem uma taxa Selic 5% acima do que deveria estar isso custa praticamente R$ 190 bilhões", destacou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.

O ministro do Desenvolvimento argumentou que manter a Selic nesse patamar gera um impacto fiscal e inibe a atividade econômica. "A manutenção da taxa não prejudica apenas a atividade econômica, inibe investimentos, dificulta o comércio, a indústria e o setor do agro, mas ela também tem outro impacto, do ponto de vista fiscal", disse.

O vice-presidente voltou a dizer que não há oposição do governo federal ao Banco Central ou ao Copom (Comitê de Política Monetária), mas argumentou que "fica difícil entender" o patamar atual da taxa de juros. "Em 2020, a inflação era maior, hoje está em 3,9%, e a taxa Selic era de 2%. É claro que em determinado momento você tem que subir, o problema é manter por tanto tempo", lamentou.

Questionado sobre o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter atuação politica nas decisões, Alckmin afirmou que é difícil penetrar na consciência das pessoas. "Eu não vou fazê-lo, mas quero mostrar um fato, o mesmo Banco Central em 2020 que tinha 2% de taxa Selic tem hoje quase 14%", finalizou.

Copom decidiu manter a taxa em 13,75% ao ano

Juros a 13,75% ao ano é o mesmo valor que foi fixado nos últimos oito encontros, desde agosto de 2022, considerando a primeira elevação da taxa e as sete manutenções até hoje.

O comitê responsabilizou a inflação para a manutenção da taxa novamente: "Medidas de inflação subjacente seguem acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação".

Entre os riscos de alta, o Copom falou que há "incerteza residual sobre o desenho final do arcabouço fiscal", que ainda deverá ser apreciado pelo Congresso. "Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", diz a nota.

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A decisão era esperada por economistas e boa parte do mercado aposta em queda só a partir de agosto deste ano, com expectativa de que o Banco Central culparia a alta da inflação para explicar a manutenção dos juros a 13,75%.

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