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Americanas troca empresa de auditoria após episódio de fraudes

A Americanas rescindiu o contrato com a PwC, responsável pela auditoria contábil da empresa. As fraudes contábeis supostamente cometidas pela antiga diretoria da Americanas deixaram a varejista com um rombo de R$ 25,3 bilhões.

O que aconteceu:

Em fato relevante divulgado hoje, a Americanas comunicou que decidiu trocar sua auditoria independente. A PwC será substituída pela BDO.

A BDO vai auditar as demonstrações financeiras de 2022 e refazer as de 2021, além de revisar as demonstrações de 2023.

A Americanas diz que a decisão foi tomada devido à necessidade de "apresentar demonstrações financeiras auditadas o mais brevemente possível".

A Americanas não faz qualquer julgamento acerca da natureza ou extensão da participação das empresas de auditoria no episódio. Entretanto, um maior aprofundamento nos trabalhos de apurações seria necessário para, desde já, assegurar a independência da PwC para seguir com os trabalhos de auditoria das demonstrações financeiras da Companhia.
Fato relevante divulgado hoje pela Americanas

Em janeiro, a Americanas entrou em recuperação judicial com mais de R$ 40 bilhões em dívidas. O valor representa a 4ª maior recuperação da história do Brasil.

Os credores da Americanas buscam responsabilizar os sócios bilionários da varejista, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. Desde o início da crise, a Americanas fechou 29 lojas e cortou 5 mil postos de trabalho.

Investigações em curso

A CVM criou uma força-tarefa e abriu doze processos sobre o caso.

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O MPF-SP abriu investigação para apurar se houve uso de informações privilegiadas. Diretores da empresa venderam mais de R$ 210 milhões em ações da varejista no segundo semestre de 2022, depois que a companhia anunciou a troca de seu presidente.

Entidades que representam acionistas minoritários buscaram a Justiça e a B3 (Bolsa) para pedir indenizações da empresa e dos acionistas de referência. Há ainda pedidos de investigação contra a auditoria externa PwC.

Grandes bancos iniciaram uma disputa para obrigar o trio de acionistas a ressarci-los com seu patrimônio pessoal. Porém, a empresa incluiu em seu plano de recuperação uma cláusula que impõe o compromisso de não litigar. Para aderir às principais modalidades de pagamento de suas dívidas, os credores se comprometem a não ser parte em nenhuma demanda contra a empresa na Justiça. Os credores que não aceitarem terão desconto de 80% em seus débitos e vão receber somente em 2043, segundo o texto inicial do plano.

O caso também é alvo de uma CPI na Câmara dos Deputados.

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