Lula: 'Reforma tributária não é a que eu e Haddad desejamos, mas tudo bem'
O presidente Lula (PT) declarou que o projeto da reforma tributária que está para ser votado no Câmara dos Deputados não é exatamente da forma como ele e o ministro da Fazenda, Fernanda Haddad (PT), gostariam que fosse, mas ressaltou que é preciso se contentar com o que foi proposto pelo Congresso.
O que aconteceu:
Lula disse que é preciso negociar com os parlamentares para conseguir aprovar a reforma tributária. "Estamos negociando com todo mundo e ela vai ser aprovada. Não é o que cada um de vocês deseja, não é o que o Haddad deseja, não é o que eu desejo, mas tudo bem", afirmou.
O petista destacou que não se pode "chorar pelo que não tem" e defendeu o diálogo com as diferentes correntes ideológicas. "Nós não somos os senhores da razão, nós temos que lidar com as relações de força do Congresso Nacional. Então, em vez de chorar o que a gente não tem, melhor a gente conversar com o que a gente tem. É preciso parar de reclamar, de lamentar, e passar a discutir como fazer e vamos fazer."
Lula destacou que, se a reforma for aprovada, será em um regime democrático, já que a atual política tributária foi estabelecida durante a ditadura. "Vocês têm que lembrar que, se for votada a reforma tributária hoje, é a primeira vez na história da democracia que a gente faz uma reforma tributária no regime democrático, porque a última que nós tivemos foi no regime militar."
Ontem, a FNP (Frente Nacional de Prefeitos) divulgou manifesto contra a reforma tributária em análise na Câmara por considerar o texto proposto como "autoritário". Os prefeitos pediram ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para adiar a votação, mas o deputado negou.
O texto da reforma tributária passa por ajustes de última hora para viabilizar a aprovação na Câmara em primeiro e em segundo turno ainda nesta semana, antes do recesso parlamentar.
Deixe seu comentário