Haddad: Desenrola pode desnegativar CPFs de até 2,5 milhões de brasileiros
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou hoje que a estimativa da pasta é de que até 2,5 milhões de pessoas podem ter seus CPFs desnegativados com o programa Desenrola Brasil, criado pelo governo federal para a renegociação de dívidas.
O que aconteceu:
A nova projeção depende da adesão do Nubank, que ainda não informou se irá integrar o programa. Caso o banco não participe, a estimativa cai para 1,5 milhão de desnegativados. "Na hipótese mais generosa, que é a adesão de todos os bancos, daria cerca de 2,5 milhões de CPFs [desnegativados]", afirmou o ministro hoje, durante entrevista coletiva.
O ministro da Fazenda explicou também que as dívidas de até R$ 100 não serão perdoadas. O programa estabelece a suspensão automática e permanente da negativação de pessoas, mas elas terão que ser pagas por meio de negociação.
Também será beneficiado nessa fase do Desenrola Brasil o grupo de pessoas físicas com renda de até R$ 20 mil com dívidas de qualquer valor com bancos, que terão acesso a negociações facilitadas, com descontos, para terem o "nome limpo". A expectativa é de até 30 milhões de pessoas contempladas.
O governo liberou R$ 50 bilhões em crédito presumido para estimular a adesão de bancos. "Liberamos R$ 50 bilhões para que o setor bancário faça as renegociações, no sistema de balanço financeiro. O estímulo para o banco é ter o valor da renegociação como crédito presumido com o governo. Se o desconto para a pessoa for de R$ 7 mil, o crédito para o banco será de R$ 7 mil", disse.
O programa já está operacional e com a adesão dos maiores bancos, informou o assessor da Secretaria de Reformas Econômicas, Alexandre Ferreira, também na entrevista coletiva. Interessados devem entrar no site das instituições financeiras para fazer a renegociação. "O programa já está operacional no sistema dos bancos. Vamos ter os dados de bancos ao decorrer da semana", declarou.
Um banco só que estava em dúvida se aderia ou não porque tem pouca vantagem no crédito presumido, ele tem 1 milhão de CPFs negativos, é o Nubank. Então, estamos aguardando
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Como vai funcionar o Desenrola:
Devedores devem procurar os bancos para renegociar dívida. Os débitos de até R$ 100 precisarão ser quitados. Caso não consiga pagar o valor à vista, o cidadão precisa entrar em contato com o banco por meio dos canais oficiais para renegociar. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a intenção do governo é que os débitos sejam pagos em até 60 vezes, sem entrada, com juros de até 1,99% ao mês.
Dívidas com companhias de água e luz, por exemplo, não entram nesta etapa. A suspensão do nome sujo de quem deve até R$ 100 é exigida apenas de bancos e instituições financeiras com volume de captações superior a R$ 30 bilhões. Débitos com varejistas e companhias de água e luz, por exemplo, não estão inclusos.
Foram criadas duas faixas, com condições de renegociação diferentes. Na faixa 1, o governo dará garantias aos credores e condições de pagamento facilitadas para os devedores. Na faixa 2, o governo dará incentivos aos bancos que aderirem ao programa (veja todas as regras neste link).
Renegociação das dívidas da Faixa 2 já começou. Esta etapa atenderá pessoas com renda entre dois salários mínimos (R$ 2.640) até R$ 20 mil, com dívidas sem limite de valor. Nesta categoria, as condições de financiamento na faixa 2 são negociadas diretamente entre bancos e clientes.
Próxima etapa do Desenrola Brasil acontece a partir de setembro. Neste momento, entrarão as renegociações da faixa 1, que inclui a população que ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou que esteja inscrita no CadÚnico, cujas dívidas não ultrapassem R$ 5.000. Dívidas da faixa 1 poderão ser parceladas em até 60 vezes. As parcelas devem ser de, no mínimo, R$ 50, com juros de até 1,99% ao mês.
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