'Serasa Kids': dá para cancelar compra feita no cartão ou Pix pelo filho?

O termo "Serasa Kids" viralizou nas redes sociais após uma mãe relatar que, quando o filho começar a trabalhar, vai cobrar dele um gasto não autorizado de R$ 28 mil. Mas o que fazer numa situação desse tipo? Dá para cancelar uma compra ou Pix? Veja o que dizem os especialistas e saiba como aumentar a segurança do cartão de crédito e das contas bancárias para não ser surpreendido.

É possível cancelar?

Compras feitas com senha são difíceis de reverter. Em geral, os bancos entendem que a pessoa agiu de forma consciente quando digitou a senha, afirma o educador financeiro Thiago Martello. Mas, em alguns casos, o cliente pode tentar reaver o dinheiro fazendo registro do caso na ouvidoria do banco e no Banco Central.

Banco não teria responsabilidade em situações desse tipo. Segundo o especialista, é importante notificar e explicar detalhadamente o que aconteceu para verificar a possibilidade de eventual cancelamento ou estorno. "Teoricamente, a pessoa agiu de forma consciente, digitou a senha. Não é responsabilidade do banco numa situação como esta", diz.

Compras online podem ser canceladas em até sete dias. Vale lembrar que o Código de Defesa do Consumidor garante o direito de cancelar uma compra por arrependimento. Dentro desse prazo, dá para fazer a devolução do produto e exigir o dinheiro de volta.

No caso de PIX, só dá para cancelar transação agendada. A operação do Pix é instantânea e só dá para cancelar uma transação se o valor não tiver sido enviado ao destinatário, se foi feito um agendamento. Caso contrário, se a transação já foi realizada, é preciso entrar em contato com quem recebeu o valor e tentar um estorno.

Como evitar surpresas

As dicas vão além da segurança com as contas. No caso de crianças, elas têm acesso aos aparelhos celulares e computadores que podem ter dados bancários armazenados. A orientação é restringir este acesso. "Ou a criança tem um celular dela ou que os pais tenham um segundo aparelho com os dados bancários, o que evita até problemas com assaltos e sequestro relâmpago", afirma Thiago Martello, educador financeiro.

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Coloque os aplicativos de bancos em pastas seguras. Alguns modelos de aparelhos têm um dispositivo que só abre com senha, o que dificulta o acesso de qualquer pessoa, inclusive as crianças.

Não compartilhe senhas. A dica é clichê, mas vale repetir. Além disso, é preciso ter cuidado com dados do cartão em sites de compra. "O ideal é não deixar esses dados armazenados nesses sites para que sejam feitas compras automáticas, que apesar da praticidade, podem aparecer situações como essa", afirma Clara Aguiar, especialista em educação financeira.

Mantenha os limites das operações baixos. Vale limitar os valores de transações com Pix e restringir o limite do cartão de crédito .

Ative o aviso de SMS para confirmação de pagamentos. Você receberá um alerta pelo celular toda vez que uma transação financeira for feita na sua conta.

Faça bloqueio temporário de compras online. Assim, você só desbloqueia a operação quando quiser fazer compras.

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Monitore regularmente suas transações: revise regularmente seus extratos e notificações de cartão de crédito para identificar qualquer atividade suspeita. Caso identifique alguma transação não autorizada, entre em contato com a instituição financeira imediatamente.
Thiago Godoy, educador financeiro da Rico.

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