Novo PAC tem Municipal lotado, ausência de bolsonaristas e Dilma ovacionada

Maior evento do terceiro mandato de Lula (PT), o lançamento do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no Rio de Janeiro, lotou o auditório do Theatro Municipal, com direito a gritos de apoio à ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Governadores identificados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optaram por faltar à cerimônia.

O que aconteceu

O novo PAC irá investir R$ 1,7 trilhão em projetos em todos os estados do Brasil na área da infraestrutura, saúde, meio ambiente, entre outros.

Palmas para Dilma. Ao chegar ao evento, Lula entrou no auditório acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que foi ovacionada pelo público e elogiada diversas vezes na cerimônia. Eles se sentaram lado a lado no Municipal.

Vaias para Castro. As vaias foram concentradas no governador do Rio, Cláudio Castro (PL). Castro apoiou Bolsonaro contra Lula nas últimas eleições. Quando o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, cumprimentou o governador, o que se ouviu foi uma sequência de vaias e gritos contra a violência policial. Castro não esboçou reação. Antes, já tinha sido alvo de críticas quando foi citado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). Ainda foi chamado de "genocida" e "assassino".

Sob a proteção de Lula. O petista já tinha se mostrado incomodado nas primeiras vaias contra o governador do Rio, levando as mãos à cabeça. Na hora de seu discurso, defendeu o político do PL. Comparou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que também era seu convidado e foi citado como exemplo de adversário político com boa convivência fora do período eleitoral.

O governador do Rio de Janeiro não está aqui porque quer, e sim porque nós o convidamos. Eu me sentiria muito deprimido se um dia eu fosse num ato em Goiás, convidado pelo [governador Ronaldo] Caiado, e o pessoal me vaiasse. Ficaria constrangido.
Lula, durante evento do PAC

Bolsonaristas ausentes. Vinte e três governadores compareceram ao principal lançamento do governo até o momento. Não foram alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como Romeu Zema (Novo-MG), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Mello (PL-SC) e Ratinho Júnior (PSD-PR). Os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), estavam ausentes, mas enviaram representantes ao evento. Assim como Minas e Paraná, que enviaram o secretário-adjunto de Casa Civil, Firmino Geraldo de Oliveira Júnior, e o secretário-chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega, respectivamente.

Outras ausências notadas. A primeira-dama Janja da Silva não compareceu ao ato. Ela estava, desde quinta, em encontros com influenciadores no Rio, embora tenha participado de jantar na casa de Paes ontem. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), também não esteve presente. Ele está cumprindo agenda no Maranhão, segundo sua equipe.

Interrupção. Lula foi interrompido em seu discurso por um homem que estava no mezanino do teatro. Ele gritou: "Presidente, quero dar uma sugestão para o senhor" e arremessou folhas de papéis, que voaram sobre a plateia. Lula respondeu: "Depois você fala, agora é minha vez". Seguranças do presidente sentaram próximo ao homem e, ao fim do discurso, conversaram com ele.

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PAC foi ofuscado por operação da Polícia Federal. As buscas e apreensões realizadas hoje pela PF contra Mauro Cid, seu pai e assessores dominaram o noticiário do dia. A PF deflagrou uma ação para aprofundar a investigação de um esquema de desvio e venda no exterior de presentes dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em missões oficiais.

Dependência do arcabouço. O dinheiro para os investimentos depende da aprovação do arcabouço fiscal para ser viabilizado. Não há, no entanto, previsão de quando a votação ocorrerá —pode ser na semana que vem ou até apenas no fim de agosto. O texto-base do marco fiscal recebeu mudanças no Senado em julho, o que faz com que ele tenha de passar por nova avaliação na Câmara. Uma das alterações estabelecidas foi na base de cálculo dos gastos previstos.

Desta vez, foi. Inicialmente previsto para abril, o PAC foi adiado três vezes antes de lotar o Municipal.

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