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Restringir água em shows 'não tem cabimento', diz secretário do Consumidor

O secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, criticou a proibição de entrada de água em shows no Brasil. Em entrevista ao UOL, o porta-voz da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) afirmou "desconhecer" essa prática das produtoras de eventos.

O que aconteceu

Damous lamentou a morte da jovem que passou mal durante um show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro e destacou outros casos de pessoas que tiveram mal-estar para justificar a necessidade da entrada de água em eventos como esse.

"A maior tragédia foi a morte da Ana Clara [fã da Taylor Swift]. Mas, fora isso, mil pessoas desmaiaram, outras tantas tiveram desconfortos porque a sensação térmica no Rio de Janeiro chegou a 60ºC. Não tem cabimento a restrição ao acesso à água", disse.

Eu vou confessar, muito honestamente, que eu desconhecia que fosse proibida a entrada das pessoas com água em shows em estádios. Acho isso um absurdo. E esse absurdo entrou em confronto com a realidade ontem, e deu no que deu.
Wadih Damous, secretário Nacional do Consumidor

Senacon determina a entrada de água

Após a morte da fã, a Senacon ordenou a entrada de água em shows. Uma portaria publicada na tarde deste sábado (18) estabelece que os produtores terão, a partir de hoje, que garantir o acesso gratuito do público com garrafas de água e também obriga a distribuição de bebedouros ou embalagens de água para consumo, sem custo adicional ao consumidor.

A portaria terá inicialmente validade de 120 dias e poderá ser reavaliada. A medida vale para shows, festivais e outros eventos de grandes proporções em todo o Brasil. Os fãs da Taylor Swift que comparecerem à apresentação de hoje poderão entrar com a bebida. Segundo o texto, a fiscalização deverá ser feita por órgãos da administração pública federal, estadual e municipal que atuam na defesa dos direitos do consumidor.

Damous diz que a liberação deve ser segura. Embora o texto cite "garrafas de água", o secretário diz que será barrada a entrada de recipientes de vidro ou de qualquer outro material que comprometa a segurança das pessoas presentes no local. De acordo com ele, a T4F entrou em contato com a Senacon para argumentar sobre a liberação de materiais não seguros.

A única ponderação foi quanto à segurança. Eles [a T4F] já sabiam que nós íamos determinar o acesso à água, mas a questão de segurança nós esclarecemos. É claro que ninguém está preconizando aqui que se entre com garrafinhas de academia, que se entre com garrafa de vidro, claro que não. Maior insegurança do que essa é não permitir que as pessoas bebam água lá dentro.
Wadih Damous, secretário Nacional do Consumidor

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