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Análise: Haddad deveria ter encaminhado proposta alternativa antes do veto

O ministro da Fazenda Fernando Haddad deveria ter apresentado um plano alternativo antes de Lula vetar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. A análise é do professor de economia da Unifesp André Roncaglia, em participação no UOL News desta sexta (24).

O que precisa ser feito é uma mudança gradual nessa tributação de folha de pagamento em que o Brasil tem uma participação grande. Haddad deve oferecer algo nesse sentido. Ele já deveria ter encaminhado uma proposta antes de simplesmente fazer o veto. Pelo menos isso já direciona energia para as propostas e não para uma reação imediata. André Roncaglia, professor de economia da Unifesp

Embora veja o veto como um acerto do governo, Roncaglia alertou para o custo elevado que ele pode causar. Para o economista, Haddad pode enfrentar dificuldades maiores no Congresso para aprovar pontos importantes de sua estratégia econômica, como reformas e a discussão sobre a meta fiscal.

A proposta do governo de restaurar a base fiscal vai neste sentido. É uma vitória do ponto de vista local, quando olhamos o todo da estratégia do Haddad. Pode ser que haja um problema político. Ao confrontar o Congresso tão diretamente, pode ser que isso dificulte para ele no futuro para passar outras reformas ou eventualmente alterar a meta. Isso pode elevar o preço do processo. André Roncaglia, professor de economia da Unifesp

Análise: É improvável que fim da desoneração gere "avalanche de desemprego"

Roncaglia considera improvável que o veto à desoneração da folha de pagamento provoque uma onda de desemprego no país. Para o economista, a criação de um cenário catastrofista faz parte do "jogo político" para aumentar o lobby dentro do Congresso, com uma possível chantagem dos setores afetados pela medida.

Ainda não sabemos se o benefício concedido lá atrás evitou maior perda de empregos. O que sabemos é que ele não gerou os empregos prometidos. Acho muito improvável que, se for restaurada a tributação, ela leve a uma avalanche de desemprego. Esse é o jogo político, com a criação de um cenário catastrofista para pressionar o Congresso a derrubar o veto do presidente. Só com o aviso do veto os empregos sumirão? Se for isso, aí é chantagem. André Roncaglia, professor de economia da Unifesp

Relator da desoneração rebate fala de Haddad sobre veto: 'Não é chantagem'

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O senador Efraim Filho (União Brasil-PB), relator do projeto de desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, afirmou que o Congresso derrubará o veto de Lula. O parlamentar também rebateu a declaração do ministro da Fazenda Fernando Haddad e disse não haver "chantagem" de empresários e parlamentares.

Essa medida significa o aumento do custo do emprego. Isso é incontestável. Jamais poderá ser tomado como chantagem aquilo que é uma consequência da vida real de uma proposta do governo que aumenta impostos e a carga tributária sobre o emprego. É uma proposta apoiada tanto pelos empreendedores como pelas centrais sindicais, o que gerou constrangimento para a base do governo. Efraim Filho, senador (União Brasil-PB)

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