Diretores e membros do conselho da Tesla usaram drogas com Musk, diz jornal
Colegas do empresário bilionário Elon Musk consumiam substâncias ilegais em sua companhia, com a justificativa de não contrariá-lo e nem perder capital social, diz o jornal WSJ (Wall Street Journal) em um artigo publicado no final de semana.
O que aconteceu
O uso de drogas ilegais pelo bilionário Elon Musk era conhecido por alguns ex-diretores e funcionários de pelo menos duas de suas empresas - Tesla e SpaceX, informou o WSJ (Wall Street Journal), citando fontes. Há um sentimento de preocupação entre os membros do conselho das entidades de Musk, mas eles não tomaram medidas públicas ou iniciaram uma investigação sobre o assunto, afirma o artigo, publicado no sábado (3).
Embora afirmasse que os conselhos de administração da Tesla e da SpaceX não tomaram nenhuma medida pública, mesmo com alguns dos seus membros cientes do alegado consumo de drogas por Musk, o jornal apontou para os laços financeiros entre ele e vários diretores.
Entre os atuais e antigos diretores do conselho da Tesla, Musk investiu em entidades ligadas aos capitalistas de risco Antonio Gracias, Ira Ehrenpreis, ao magnata da tecnologia Larry Ellison e ao ex-executivo de mídia James Murdoch. Eles, por sua vez, investiram em empresas ligadas ao empresário e ao seu irmão Kimbal Musk, apontou o artigo. Ellison, embora fosse diretor, também era proprietário de uma participação significativa de 1,5% na Tesla em 2022.
Além dos laços financeiros, Musk também é creditado por dar apoio profissional a alguns deles. O exemplo mais proeminente é Steve Jurvetson, que deixou a sua empresa DFJ Venture Capital em 2017 após ser acusado de assédio sexual. Apesar de as alegações terem ganhado destaque na mídia, Tesla o manteve como diretor independente até que ele renunciasse por conta própria em 2020.
Juvertson compartilhava "profundos laços financeiros" com o empresário e participava de festas com ele, onde eram usados ecstasy e LSD, diz o artigo, citando fontes. O chefe da Tesla, em conversas privadas, pressionou os diretores a permitirem que Jurvetson tirasse uma licença incomum depois que este último foi envolvido em polêmica.
O WSJ citou fontes para afirmar que Musk tem consumido drogas como cocaína, ecstasy, LSD e cogumelos mágicos. O empresário teria usado cetamina, um medicamento obtido mediante receita médica, para fins recreativos durante sua visita ao Austin Proper Hotel nos últimos anos, disse o jornal. Ele foi acompanhado nessas visitas ao hotel 5 estrelas com sede em Austin, Texas, por seu amigo e membro do conselho da Tesla, Joe Gebbia.
Gracias e Jurvetson, atuais diretores dos conselhos da Tesla e da SpaceX, respectivamente, também consumiram drogas com ele, apurou a publicação junto a pessoas com conhecimento direto do assunto.
Musk, com seu irmão Kimbal e pessoas próximas a ele, participa de festas no Hotel El Ganzo, localizado em San José del Cabo, no México, disseram as fontes. O hotel de luxo é conhecido por seus eventos movidos a drogas.
O magnata dos negócios também participou de uma festa em Hollywood Hills no final de 2022, onde consumiu uma forma líquida de ecstasy em uma garrafa de água, disse ao WSJ uma das pessoas presentes. Antes de tomar a droga, a equipe de segurança de Musk pediu às pessoas que saíssem da sala para sua privacidade.
Em 2018, ele fumou maconha durante sua participação no podcast do comentarista de UFC Joe Rogan, enquanto revelava seus planos de construir um avião elétrico.
Risco para as empresas
O suposto consumo de drogas por Musk representa um risco para as seis empresas que ele supervisiona, nas quais cerca de 800 bilhões de dólares (quase R$ 4 trilhões) são detidos por investidores. O alegado uso de narcóticos ilegais poderia prejudicar os contratos federais da SpaceX e levar à revogação das autorizações de segurança do empresário, além de violar as rigorosas políticas antidrogas promulgadas pelas suas próprias empresas.
Musk ainda não respondeu ao artigo do WSJ. Ao reagir ao artigo da publicação divulgado no mês passado, ele disse que está sendo submetido a testes de drogas desde 2018. "Nem mesmo vestígios foram encontrados de qualquer droga ou álcool. @WSJ não serve para forrar uma gaiola de papagaio para pássaros", postou ele na plataforma de mídia social X (antigo Twitter), que comprou em outubro de 2022.
Seu advogado, Alex Spiro, também foi procurado pelo jornal, mas ainda não se manifestou. No entanto, ao reagir ao artigo relacionado ao suposto uso de drogas de seu cliente, publicado em janeiro, Spiro considerou-o infundado. "Musk é testado regularmente na SpaceX e nunca falhou em nenhum teste, disse o advogado".
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