Empresas suspendem produção de aço, transporte e produtos domésticos no RS
Empresas que mantêm fábricas em cidades do Rio Grande do Sul anunciaram a suspenção da produção de suas unidades em meio às chuvas que atingem o estado desde a semana passada. Os temporais deixaram dezenas de mortos e causaram estragos em cerca de um a cada três municípios.
O que aconteceu
A Tramontina suspendeu a produção em duas fábricas localizadas na cidade de Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha. Nessas unidades só haverá manutenção de maquinário.
A empresa, que produz produtos para casa, concedeu férias coletivas para quatro mil funcionários. O retorno está previsto para o próximo dia 16. "Demais colaboradores dos setores administrativos e comerciais seguem operando, com equipes reduzidas e permitindo home office para aqueles que necessitarem", diz o comunicado.
Outras duas unidades que também operam na cidade receberão férias apenas em alguns setores, ainda em definição. O diretor José Paulo Medeiros diz que a concessão de férias será priorizada para aqueles funcionários que necessitem de maior deslocamento.
Já a Gerdau, maior produtora de aço do país, paralisou as atividades em Charqueadas e Riograndense, na região metropolitana de Porto Alegre, até o domingo (5). A empresa garante que a paralisação não afetará as entregas a clientes, "e que nenhuma das unidades foi impactada pelos temporais".
"A decisão foi estabelecida visando a segurança das pessoas e para que os colaboradores e colaboradoras possam estar próximos a suas famílias neste momento desafiador para o povo gaúcho", diz comunicado da Gerdau.
A Randoncorp, que atua na produção de equipamentos para transporte, suspendeu as operações presenciais nas unidades em Caxias do Sul, Farroupilha e Flores da Cunha. A paralisação segue até o domingo, com retorno previsto para a segunda-feira (6). Outros funcionários da empresa atuarão em home office.
A Braskem iniciou nesta sexta-feira uma ação que envolve a paralisação de algumas de suas plantas industriais no Polo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul. Entre as paralisações estão algumas linhas de produção de resinas à base de polietileno (PE) e de polipropileno (PP), além de químicos e combustíveis, segundo a empresa, enquanto as unidades interrompidas envolvem uma das unidades de olefinas e quatro das seis unidades de resinas termoplásticas do polo.
A petroquímica acrescentou que a produção será retomada "quando forem restabelecidas as condições seguras, a retomada do fornecimento de insumos e liberadas as vias de acesso". A ação preventiva, de acordo com a empresa, também inclui o acionamento do "flare", dispositivo padrão de segurança utilizado por indústrias químicas e petroquímicas.
Calamidade pública
Estado de calamidade pública. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretou estado de calamidade pública na noite de quarta (1º), com prazo de 180 dias. As chuvas e enchentes foram classificadas como desastres de nível 3, "caracterizados por danos e prejuízos elevados". Todo o estado foi colocado sob alerta de inundação ou inundação severa.
Com a queda de barreiras e destruição de estradas, há comunidades isoladas e incomunicáveis. Familiares de moradores das cidades de Relvado, Encantado e Caxias do Sul, por exemplo, relatam que estão há dias sem conseguir contato com eles. Há municípios inteiros sem água ou luz.
Aulas de escolas estaduais e da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) estão suspensas. As atividades acadêmicas da UFSM não funcionarão do dia 6 a 10 de maio. ''A decisão foi tomada em função das fortes chuvas no nosso Estado, que ocasionaram estragos diversos. Inclusive, houve o rompimento da fibra ótica externa que garante o funcionamento do sistema de internet e portais da UFSM'', informou a gestão da Universidade.
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