Queijo e cachaça têm destaque na Agrishow; turismo terá crédito de R$ 4 bi

Queijo curado, mel, sorvete, embutidos de longa maturação (a famosa charcutaria), cachaça, compotas, cafés e cervejas gelada são só alguns dos atrativos saborosos do Pavilhão de Artesanais e Agroturismo de São Paulo na Agrishow deste ano. O espaço montado para apresentar produtos das diversas regiões paulistas também conta com alguns cardápios das rotas gastronômicas que integram o Mapa de Turismo Rural do Estado, lançado nesta edição.

Uma das salas do pavilhão é dedicada ao crédito turístico, iniciativa do programa Creditur SP, que oferece R$ 4 bilhões em linhas especiais para o setor. Além disso, a Secretaria Estadual de Turismo e Viagens de São Paulo (Setur -SP) transferiu seu gabinete durante toda a semana para a Agrishow, onde tem feito atendimento de prefeitos e representantes dos municípios da região em uma carreta posicionada ao lado do pavilhão.

Costela na manteiga e moqueca são destaques

O Pavilhão de Artesanais e Agroturismo está pela terceira vez no evento. Ele ocupa uma área de 1,6 mil m² (400 m² a mais que ano passado) e é promovido em parceria pela Setur-SP e pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado.

Até hoje, 3, os visitantes da maior feira de tecnologia agrícola do Brasil podem provar, por exemplo, a costela na manteiga com purê de mandioca, do Sítio Coloninha I, localizado município de São Pedro; ou a moqueca de palmito, do Manjuba & CIA, de Ilha Comprida, no Vale do Ribeira.

Outras opções são a moqueca de pintado, do Pesqueiro SanMurai, de Murutinga do Sul, noroeste do estado. Há ainda uma opção de paella vegana, do Mirabile Restaurante, localizado em Mococa, leste paulista "A gastronomia se tornou uma das principais motivações de viagem no Brasil e no mundo. Em São Paulo, isso é ainda mais evidente pela qualidade e diversidade da culinária regional", diz Roberto de Lucena, secretário da Setur-SP.

A autônoma Núbia Madurne, 23 anos, de Mogi Iguaçu, esteve no pavilhão nos outros anos e fez questão de voltar em 2024. Ela considera importante a feira trazer um espaço dedicado aos pequenos produtores, especialmente os que trabalham com produtos artesanais. "Estava muito calor este ano pavilhão, pode melhorar um pouco, mas a parte de comida é totalmente agradável, a recepção das pessoas, uma delícia", conta Mardurne.

Ao todo, neste ano, foram convidados 120 expositores, o dobro de 2023. Os estandes mostram um pouco do trabalho de produtores que se apresentam de forma individual, como a queijaria Jeito de Mato, de Fernandópolis, ou em grupos, como os polos Charcuteiro e Cervejeiro da Associação Comercial de Industrial de Ribeirão Preto (Acirp).

Ideia é harmonizar queijos, cervejas e charcutaria. "A gente trouxe cerveja e charcutaria para o pessoal degustar e conhecer o que é feito na nossa região", destaca o Paulo Cesar Nogueira, coordenador do Polo Cervejeiro da Acirp.

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Ambiente de negócios

Além da exposição dos produtos, a troca entre produtores é essencial. O chefe charcuteiro Ulisse Parro, um dos empresários dos polos da Acirp, disse que o pavilhão, além de expor os produtos, também permite uma troca importante entre os empresários das diversas regiões. "Já fizemos alguns contatos, um deles com criadores de búfalo para gente lançar um produto de charcutaria com carne que eles produzem", contou Parro.

O queijeiro Diego Trevisan, da Jeito de Mato, também aproveitou o networking. "A estrutura é muito boa, o movimento é excelente, não só pela visibilidade da feira que tem todo esse nome, mas é uma forma de valorizar o produtor artesanal paulista. Fizemos também uma collab muito boa com o pessoal da Pesto aqui de Ribeirão. Vendemos nosso requeijão e eles fazem uma pizza com produto artesanal, que valoriza ainda mais o nosso trabalho. É um ambiente muito legal", afirma o empresário, que trabalha em família para produção.

Foco no queijo artesanal. Apesar de estar em um estande próprio, Trevisan também considera o trabalho conjunto um força para o setor e veio ao evento com outras queijarias do grupo Caminho do Queijo Artesanal Paulista, que reúne 17 produtores e busca estimular o consumo dos artesanais ante a produção de queijo industrial.

Rotas caipiras

Quem não resiste ao sabor do campo precisa conhecer as 10 rotas do Mapa de Turismo Rural da Setur-SP. O projeto apresenta ao público a possibilidade de degustar produtos agrícolas artesanais como queijos, doces, cafés, entre outras iguarias, feitos por 23 produtores, bem como passeios junto à natureza e experiências locais.

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Os destinos rurais estão entre os mais procurados pelos viajantes em São Paulo e no Brasil, segundo o Sebrae. O estado tem mais de 1,2 mil propriedades rurais cadastradas para visitação.

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