RS: seguradoras recebem 23 mil notificações e estimam pagar R$ 1,7 bilhão

A CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) afirmou nesta sexta-feira (24) que as seguradoras já receberam o aviso de 23,4 mil sinistros referentes às perdas causadas pelas enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul. Os casos já avisados devem resultar em indenização de R$ 1,67 bilhão. O presidente da entidade, Dyogo Oliveira estima que o número final ainda vai evoluir e garante que existem reservas técnicas para os pagamentos.

O que aconteceu

Os avisos automotivos e imobiliários são os mais recorrentes. Com, respectivamente, 8.216 e 11.396 notificações até o momento, os bens lideram os pedidos de indenização notificados. Em termos de valores, as indenizações para veículos somam R$ 557,4 milhões, enquanto as residenciais e habitacionais totalizam R$ 239,2 milhões.

Os demais segmentos têm pedidos em menores quantidades. Foram também registradas 385 notificações na área de grandes riscos (R$ 507 milhões), 996 solicitações no ramo agrícola (R$ 47,3 milhões) e 2.450 casos em outros segmentos (R$ 322,1 milhões). A atualização dos valores será feita em quatro semanas.

A nossa avaliação é de que esses números crescerão muito nas próximas semanas, porque as pessoas estão cuidado da sua sobrevivência e tentando salvar seus bens. Elas vão tentar fazer as notificações às seguradoras quando as coisas se acalmarem.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg

A CNseg avalia que a catástrofe representará o maior pagamento do setor em decorrência de um único evento. Mesmo sem ainda ter os números finais a respeito das indenizações, a confederação estima que a tragédia representa o maior sinistro no Brasil do ponto de vista de fenômenos naturais.

A tragédia de Brumadinho afetou uma região pouco povoada e, certamente, a tragédia atual será o maior evento do setor segurador. O que nós já sabemos é que eventos climáticos serão cada vez mais frequente e mais severos, mas não esperamos que ocorra algo igual ao que aconteceu no Rio Grande do Sul, que tem uma duração muito longa.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg

Segundo a CNseg, as seguradoras ampliaram o atendimento aos segurados. As empresas têm facilitado o atendimento aos clientes, principalmente nos casos que envolvem automóveis e residência. A entidade afirma que as indenizações nas áreas ocorrem em 48 horas e as seguradoras não correm riscos financeiros com os pagamentos.

Os valores são provisionados pelas seguradoras, que elas mantêm em reservas técnicas. O sistema brasileiro está amplamente preparado e as seguradoras estão amplamente preparadas para realizar os pagamentos.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg

A cobertura para danos contra alagamentos poderia impulsionar ainda mais a quantidade de indenizações. A estimativa das seguradoras é de que uma pequena parte dos seguros residenciais têm a cobertura para alagamentos.

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O problema com essa enchente é que ela afetou lugares que nunca haviam sido alagados antes. Há uma adesão baixa de apólices para alagamentos nos locais, mas fica o alerta para as pessoas contratarem essa cobertura que tem o nível prata e é uma cobertura barata.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg

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