Melhor gastar com prevenção do que depois, diz diretor do BNDES sobre clima

O diretor de planejamento e estruturação de projetos do BNDES, Nelson Barbosa, afirmou nesta sexta-feira (24), no UOL Entrevista, que é melhor gastar com prevenção do que depois para solucionar problemas causados por eventos climáticos extremos.

O que aconteceu

O BNDES atua com investimentos voltados ao meio ambiente. Barbosa afirmou que o banco atua na frente chamada de infraestrutura ambiental, que vai desde preparar as cidades para eventos extremos até a recuperação de florestas, áreas degradadas e a transição energética, por exemplo.

Diretor lembrou que os eventos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes. Barbosa citou os deslizamentos no litoral de São Paulo no ano passado, as enchentes na Bahia entre 2021 e 2022 e as queimadas no Pantanal. O diretor disse que o investimento em prevenção atua como um seguro para os locais.

Segundo Barbosa, um estudo da ONU mostra que ao gastar R$ 1 em prevenção, há uma economia de R$ 15 depois, caso algo aconteça. O gasto é justificado tanto do lado humano como financeiro, na avaliação dele.

O diretor disse entender a dificuldade de os valores de prevenção serem quantificados na política fiscal. Mas afirmou que as contas, no final, mostram a importância de aplicar recursos antes de os eventos extremos ocorrerem.

O BNDES já anunciou algumas medidas para pessoas físicas, entes públicos e empresas que sofreram com os estragos no RS. Entre as iniciativas está suspensão por 12 meses dos pagamentos de financiamentos (alívio de caixa de R$ 7,6 bilhões para os atendidos).

O que é mais fácil de quantificar é mais fácil de colocar na política fiscal. Mas agora falando pelo outro lado. Se eu chegar e falar que a gente precisa investir R$ 3 bilhões, por exemplo, no Rio Grande do Sul para prevenção. Para quê? Para evitar que nos próximos 20 ou 30 anos tenha um evento extremo. Eu não sei quando ele será. Então tenho que atribuir um valor a alguma coisa que pode acontecer e ver quanto isso vai custar.
Nelson Barbosa, diretor do BNDES

É preciso atuar sobre isso [questões climáticas] de uma forma coordenada, incorporar isso cada vez mais nos critérios de política econômica. Esses investimentos se justificam tendo em vista o custo humano dessas tragédias, e pelo custo financeiro mais do que se justifica. É melhor gastar na prevenção do que gastar depois.
Nelson Barbosa, diretor do BNDES

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