Congonhas será um aeroporto do século 21, diz presidente da Aena Brasil

O presidente da Aena Brasil, Santiago Yus, disse que o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, será um "aeroporto do século 21", após as obras de ampliação e modernização do espaço. Ele foi convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial.

A Aena Brasil é uma empresa espanhola que faz a gestão de 17 aeroportos no Brasil; entre eles o de Congonhas. No total, a empresa vai investir R$ 4,5 bilhões, sendo mais de R$ 2 bilhões no aeroporto de São Paulo.

Novidades no Aeroporto de Congonhas

Yus afirmou que neste ano os passageiros já vão perceber muitas novidades em Congonhas. Entre as ações imediatas, estão a implantação de bolsão para carros de aplicativo e praça pick-up com 72 vagas para embarque de passageiros, o reordenamento das vias e meios-fios, a renovação do sistema de climatização, a reforma dos banheiros e a ampliação da sala de embarque remoto, entre outros.

E vão mudar todos os serviços, melhora nos acessos ao aeroporto, área nova de check-in, novo canal de inspeção, uma praça comercial de quase 20 mil m². Enfim, um aeroporto do século 21.
Santiago Yus, presidente da Aena Brasil

Temos um problema de acesso, que a gente tem que resolver. Para você ter uma ideia: os carros de aplicativos ainda não têm um bolsão para aguardar os passageiros. Então, eles ficam circulando, permanentemente, pelo aeroporto. No curto prazo, a gente quer trazer uma melhora para que os carros de aplicativo aguardem em um bolsão e liberem a circulação de todos os passageiros.
Santiago Yus, presidente da Aena Brasil

Necessidade de reformas. Segundo ele, o aeroporto de Congonhas, inaugurado em 1936, só passou por duas revitalizações de lá para cá.

Desafio de reformar sem parar as operações. Na entrevista, Yus disse que o grande desafio é fazer todas as obras de ampliação de modernização de Congonhas com o aeroporto em pleno funcionamento. "Esse é o grande desafio, porque é um aeroporto super relevante para São Paulo, tanto a cidade quanto o estado. Qualquer coisa que aconteça no aeroporto de Congonhas reflete na malha inteira do Brasil. Então, o grande desafio é manter a capacidade, manter o nível de serviço, enquanto a gente vai criando novos espaços", declarou.

Novo terminal de passageiros

A Aena tem até junho de 2028 para entregar todas as obras de grande porte, entre elas um novo terminal de passageiros. A área de embarque e desembarque vai dobrar de tamanho, chegando a 105 mil m².

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[Temos] uma sala de embarque que também é muito enxuta. O píer atual tem 20 metros de largura. A gente vai para um píer de 36 metros [de largura] e 330 metros de comprimento. Vai ser outra experiência do passageiro. Tudo isso vai trazer mais conforto e melhor experiência para o passageiro.
Santiago Yus, presidente da Aena Brasil

Mais lojas e salas VIP. Yus disse, durante a entrevista, que o espaço comercial de Congonhas também será ampliado (terá 20 mil m²). Isso inclui ampliação da oferta de lojas, serviços e salas VIP com muito mais conforto, além de áreas para escritórios e salas empresariais.

Ampliação do pátio

O aeroporto de Congonhas terá um novo pátio de 215 mil m² para a aviação comercial. Segundo Yus, haverá aumento de 30 para 37 posições de parada de aeronaves (aumento de mais de 20%). Ele disse que todos os estacionamentos das aeronaves vão poder comportar aviões de maior capacidade, como o Airbus A321neo.

Deve aumentar número de passageiros. Na entrevista, o presidente da Aena Brasil afirmou que Congonhas não tem uma previsão de crescimento de operações tão significativa, no entanto, o crescimento deve vir pela tipologia da aeronave. Segundo Yus, o aeroporto de Congonhas superou a marca de 22 milhões de passageiros em 2023. Mas terá capacidade operacional para 29,5 milhões de passageiros por ano.

Então, o crescimento vai pela capacidade da aeronave, e não pelo número de operações.
Santiago Yus, presidente da Aena Brasil

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Voos internacionais

Voos para a América do Sul. Congonhas terá voos internacionais, mas apenas para cidades de países como Buenos Aires (Argentina), Montevidéu (Uruguai), Santiago (Chile), Lima (Peru) e Colômbia (Bogotá).

Existe um apetite real de operar voos internacionais. As aeronaves que hoje em dia operam no Congonhas são aeronaves muito mais modernas e já conseguem operar voos diretos de São Paulo para essas cidades. Então, a gente tem que ter infraestrutura preparada para fazer esse atendimento para as companhias.
Santiago Yus, presidente da Aena Brasil

A pista de pouso e decolagem de Congonhas não comporta aeronaves de maior porte. "A pista, infelizmente, em Congonhas, por conta de estar dentro da cidade, não pode ter um acréscimo para comportar aeronaves de maior porte", disse ele.

Passagens aéreas caras

Preços altos das passagens. Durante a entrevista, Yus disse que alguns fatores, como custo do combustível, falta de aviões, dolarização e alta judicialização, contribuem para as passagens aéreas serem tão caras no Brasil.

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Tanto combustível quanto qualquer peça de avião, motor, compra de avião, está tudo em dólar. Então, dependendo também de como é esta paridade do real com dólar, tem um efeito negativo ou positivo para as linhas aéreas.
Santiago Yus, presidente da Aena Brasil

Ele disse que a alta judicialização que existe no Brasil tem um impacto direto sobre a linha de custo das companhias aéreas. "As companhias aéreas estimam que entre 80% e 90% das reclamações judiciais que existem no mundo estão aqui no Brasil", afirmou.

Outro fator é a falta de aviões. Segundo ele, no pós-pandemia, as companhias aéreas têm menos aviões, pois os pedidos estão nas mãos dos fabricantes, como Airbus e Boeing.

Veja a entrevista completa

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