Será possível embarcar sem mostrar documento, diz presidente da Aena

Convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial, Santiago Yus, presidente da Aena Brasil, uma empresa espanhola que faz a gestão de 17 aeroportos brasileiros, entre eles o de Congonhas, em São Paulo.

Na entrevista, entre outros pontos abordados, Yus afirmou que, no futuro, os aeroportos vão ter tecnologia na qual o passageiro não vai mais precisar mostrar documentos na hora do embarque, por exemplo.

Há tecnologia, em todos os concessionários aeroportuários, de reconhecimento facial. Um passageiro vai poder, daqui a pouco, estar na sua casa, registrar seu rosto em um aplicativo e, quando chegar ao aeroporto, não precisa tirar mais nenhum documento, seja no check-in, seja no canal de inspeção, seja no embarque. Se é um voo internacional, ele vai passar por um controle de imigração sem precisar mostrar nenhum documento.
Santiago Yus, presidente da Aena Brasil

A tecnologia já existe em alguns subprocessos dessa cadeia. "Por exemplo, em alguns lugares, você já consegue embarcar sem precisar mostrar o documento no portão de embarque, para alguma companhia aérea", afirmou.

Mais segurança na inspeção de bagagem

Novas tecnologias também no processo das aeronaves. "Elas estão mais eficientes e mais seguras dentro da área de manobras. Controles de obstáculos, de fauna", afirmou.

A Aena está trazendo para o Brasil tecnologia nos processos de bagagem. "São máquinas de inspeção mais seguras, com análise tomográfica das bagagens despachadas que calculam o número atômico das substâncias que estão dentro da bagagem. Então, traz muito mais segurança", declarou.

Nos processos internos aeroportuários, a realidade virtual vai ser o futuro. "Para que aquele senhor da manutenção saiba todo o histórico do que aconteceu na central elétrica e consiga, na hora, já saber toda a manutenção que foi feita e o que tem que fazer no próximo minuto", explicou.

Tudo isso está por chegar aos aeroportos, e pouco a pouco, a gente vai implementando essas tecnologias.
Santiago Yus, presidente da Aena Brasil

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Passagens aéreas caras

Custo do combustível, falta de aviões, dolarização e alta judicialização, contribuem para as passagens aéreas serem tão caras no Brasil.

Tanto combustível quanto qualquer peça de avião, motor, compra de avião, está tudo em dólar. Então, dependendo também de como é esta paridade do real com dólar, tem um efeito negativo ou positivo para as linhas aéreas.
Santiago Yus, presidente da Aena Brasil

Alta judicialização que existe no Brasil tem um impacto direto sobre a linha de custo das companhias aéreas. "As companhias aéreas estimam que entre 80% e 90% das reclamações judiciais que existem no mundo estão aqui no Brasil", afirmou.

A falta de aviões é outro fator. Segundo ele, no pós-pandemia, as companhias aéreas têm menos aviões, pois os pedidos estão nas mãos dos fabricantes, como Airbus e Boeing.

Congonhas século 21

Um "aeroporto do século 21". Aena Brasil vai investir mais de R$ 2 bilhões no aeroporto de São Paulo, com obras de ampliação e modernização do espaço.

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Obras de revitalização. Entre as ações imediatas, estão a implantação de bolsão para carros de aplicativo e praça com 72 vagas para embarque de passageiros, o reordenamento das vias e meios-fios, a renovação do sistema de climatização, a reforma dos banheiros e a ampliação da sala de embarque remoto, entre outros.

Prazo de entrega de todas as obras de grande porte, entre elas um novo terminal de passageiros, é até junho de 2028. A área de embarque e desembarque vai dobrar de tamanho, chegando a 105 mil m².

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