Lula cobra Enel na Itália e recebe promessa de R$ 20 bilhões contra apagões

O presidente Lula (PT) disse hoje que cobrou a italiana Enel pelos problemas de distribuição de energia no Brasil e recebeu um compromisso de aumento de investimento para R$ 20 bilhões em três anos.

O que aconteceu

Lula se reuniu com representantes da multinacional na Itália para tratar dos apagões. Responsável pela distribuição da energia em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, a empresa virou alvo do Ministério Público após uma série de problemas que deixaram parte da capital paulista sem luz por diversos dias.

Segundo Lula, a empresa se comprometeu a aumentar o investimento para que as licenças sejam renovadas. "Ao invés de investirem R$ 11 bilhões, vão investir R$ 20 bilhões nos próximos três anos, prometendo que não haverá mais apagão em nenhum lugar em que ele for responsável pela energia", disse o presidente, em entrevista coletiva após o G7.

A proposta deverá ser formalizada na semana que vem junto ao Ministério de Minas e Energia. "Nós vamos, então, saber se vai fazer ou não para resolver esse problema energético", disse Lula.

O presidente está na Europa desde quinta (13). Ele participou das conferências da OIT (Organização Internacional do Trabalho), na Suíça, e do G7, como convidado, na Itália. Ele volta ao Brasil nesta tarde, após a coletiva de imprensa.

Problemas recorrentes

A empresa teve diversos problemas de distribuição desde 2023, em especial em São Paulo. Em março, moradores do centro paulistano ficaram até quatro dias sem energia elétrica, e atendimentos na Santa Casa de Misericórdia, que fica no bairro da Santa Cecília, tiveram de ser reprogramados.

No fim de 2023, 2,1 milhões de endereços ficaram sem energia na capital paulista após fortes chuvas. O restabelecimento total dos serviços chegou a levar uma semana para alguns consumidores.

Os problemas podem acarretar até R$ 1 bilhão em multas e já criaram atritos com o governo federal. Em abril, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou a abertura de um processo disciplinar contra a distribuidora.

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Contrato da Enel com o estado está previsto para terminar em 2028. Uma CPI na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) no ano passado recomendou o indiciamento de executivos da empresa e o fim da concessão.

Viagem à Europa

Na Europa, ele discursou no encerramento da conferência da OIT, em Genebra. Ele volta amanhã ao Brasil depois de mais alguns encontros bilaterais e uma coletiva de imprensa.

No G7, em Fasano, discursou como convidado: voltou a criticar Israel, pediu apoio para uma "aliança global contra a fome" e sugeriu uma conferência internacional para resolver a guerra entre Ucrânia e Rússia. Esta é a oitava participação de Lula no encontro das sete maiores economias do mundo.

Lula também participou de encontros bilaterais, incluindo o Papa Francisco, ontem. Além disso, se encontrou com os líderes da França, Emmanuel Macron, da Índia, Narendra Modi, e da Itália, Giorgia Meloni, entre outros.

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