Há espaço para realizar mais privatizações no Brasil, afirma Tarcísio

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira (24) que existe espaço para o Brasil avançar com o modelo de privatização em diversos setores. A fala, em entrevista à Globonews, ocorre após a conclusão da privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a maior empresa brasileira do ramo.

O que aconteceu

Tarcísio vê espaço para novas vendas de ativos para a iniciativa privada. Segundo o governador, a possibilidade foi aberta com o aprendizado em "modelar melhor os projetos" para formalizar as privatizações. "A gente compreende melhor os riscos e nos aprofundamos na temática da regulação", disse.

O governador diz não haver espaço para manter todas as empresas nas mãos do estado. Tarcísio avalia que a iniciativa mobiliza mais capital privado e fôlego para estruturar investimentos nos setores. "Há muito espaço para o Brasil crescer nesse segmento", avaliou ele.

Não dá para ficar dependente só do nosso espaço fiscal para mobilizar a quantidade de investimento que temos que mobilizar em todos os setores. Portanto, a privatização abre espaço para vir muitos recursos.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

Ele cita como exemplos positivos as concessões realizadas nas telecomunicações e nos aeroportos. Para o governador, todo cidadão percebeu a evolução dos segmentos. "Quem frequentava o aeroporto de Florianópolis e passou a frequentar o aeroporto privado, depois do leilão, viu a transformação", afirmou.

O capital privado traz e existe muito espaço para aproveitar essa energia e mobilização de dinheiro que o privado consegue alocar.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

Sabesp

Privatização da Sabesp rendeu R$ 14,8 bilhões aos cofres do estado. Com o processo finalizado ontem (24), o governo de São Paulo reduz sua participação à frente da companhia de 50,3% para 18,3%. A Equatorial, investidora de referência, ficou com uma parcela de 15%. Os demais 17% foram destinados para ações compradas por empresas e consumidores.

O governador classificou a privatização como uma vitória política. Ele destaca que a adesão dos municípios à proposta era voluntária. "Dos 375 municípios, conseguimos trazer 371 para o empreendimento. ´Foi uma vitória política, do argumento e do convencimento", comemorou.

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Para Tarcísio, o grande objetivo da privatização é universalizar o saneamento. O governador repetiu que a proposta vai garantir o saneamento básico e o acesso à água por toda a população atendida pela Sabesp, que seguirá como a operadora dos serviços. "A gente antecipou em quatro anos meta de universalização do serviço de saneamento", disse sobre o projeto a set atingido até 2029.

Vamos alcançar quem estava de fora dos contratos anteriores da Sabesp. A empresa vai ter que entrar nas comunidades, nas favelas e nas palafitas para cuidar da coleta e tratamento de esgoto desses locais. É isso que vai mudar a qualidade dos nossos mananciais e do Tietê.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

Ele garantiu que a Equatorial está "casada" com as pretensões do governo. Tarcísio explica que o fato de a Equatorial não ter o controle da companhia e nem poder vender suas ações antes da universalização do saneamento é fundamental para garantir o melhor resultado.

O governador esquivou ao ser questionado sobre a atuação da Equatorial do ramo. "É uma empresa de utilities, de excelente reputação, com aceso a capital no mercado e com ativos líquidos maduros. Quem vai operar saneamento para o governo do estado é a própria Sabesp, que é o operador. Temos os melhores quadros, a melhor operação e isso está sendo preservado", declatou.

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