Inflação, ditadura e economia: veja frases do ex-ministro Delfim Netto

Uma das frases mais conhecidas atribuídas a Delfim Netto, morto na madrugada de hoje (12), aos 96 anos, é "vamos crescer o bolo, depois a gente divide". A frase era o bordão do ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento.

Veja frases marcantes ditas pelo ex-ministro Delfim Netto

A empregada doméstica virou manicure ou foi trabalhar num call center. Agora, ela toma banho com sabonete Dove. A proposta desses 'gênios' é fazer com que ela volte a usar sabão de coco aumentando os juros.
Entrevista para o Jornal O GLOBO em 2013.

Nunca houve milagre. Milagre é efeito sem causa. É de uma tolice imaginar que o Brasil cresceu durante 32 anos seguidos, começando na verdade em 1950, a 7,5% ao ano, por milagre.
Entrevista para o Jornal O GLOBO em março de 2014.

Todos melhoraram, mas alguns melhoraram mais que outros. Quem eram esses que melhoraram mais? Exatamente aqueles que tinham sido privilegiados com educação superior e cuja demanda cresceu enormemente no processo de desenvolvimento.
(...) Ampliou a distância entre eles, mas todos melhoraram.

Entrevista para o Jornal O GLOBO em março de 2014.

Tortura é condenável em qualquer hipótese. Uma vez perguntei ao presidente Médici se havia tortura. Ele me disse que não. Nós ouvimos, como todos, coisas aqui e ali. Acreditei nele.
Entrevista para o Jornal O GLOBO em março de 2014.

Naquele momento, eu voltaria a assinar o AI-5. Tenho dito isso sempre. Era um processo revolucionário. Vocês têm que ler os jornais daquele momento, saber qual a situação que existia. As pessoas não conhecem história, ficam julgando o passado, como se fosse o presente. Naquele instante, foi correto. (...) A democracia é o único mecanismo durável. Não há poder que não se corrompa. É lei da natureza. (Os que defendem um AI-5 hoje) são uns idiotas, não sabem o que acontece.
Em entrevista ao UOL News, em 28/09/2021

O Guedes ficou limitado ao programa que ele tinha, que é uma espécie de sonho. Dizer 'nos próximos dez anos' é a mesma coisa que dizer coisa nenhuma. Porque nos próximos 10 anos muita coisa pode acontecer.

Concordo com o (Paulo) Guedes (ministro da Economia no governo Bolsonaro), o dólar chegou a R$ 5,00 por causa de muita besteira.
Em entrevista ao UOL News, em setembro de 2021

Governo nunca é vítima, governo é sempre o assassino (sobre a atuação do governo durante a pandemia)
Em entrevista ao UOL News, em dezembro de 2021.

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Lula está ameaçado de se transformar num grande estadista. Veja quando o Palocci diz, por exemplo, que o governo irá manter o regime de metas inflacionárias. Mas que as metas serão levadas a sério, como comparar o futuro governo com o atual?
Entrevista à Folha, em outubro de 2002.

A inflação é um problema crítico. O Palocci e o Meirelles têm dito que vão enfrentar esse problema da forma correta. O que mais me entusiasma é que eles entenderam o que o pessoal não entendeu até agora. Só há uma alternativa para combater esse problema se não quiser usar os juros, que é através do corte das despesas do governo.
Entrevista à Folha, em outubro de 2002.

Se o Lula quiser ganhar credibilidade interna e externa, ele terá que apresentar, logo no primeiro semestre, um resultado importante em matéria de redução de taxa de inflação. A inflação tem que começar a declinar. Tem de voltar para um piso de 6% ou 8%. Temos de estabelecer uma meta realista com o FMI e empenhar o governo a cumpri-la. (...) O crescimento da economia produzido pelo setor privado e não pelo Banco Central. Esse é um dos erros mortais que o Brasil comete. As pessoas pensam que o BC pode produzir o crescimento. O BC quando erra produz inflação, não produz crescimento.
Entrevista à Folha, em outubro de 2002.

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